Como sentir mais prazer no sexo

Todo semestre, eu fico em pé na frente de mais de 150 estudantes e eu me apresento com a professora do curso “Psicologia da Sexualidade Humana”. Eu conto para os meus estudantes que uma das minhas qualificações para ensinar esse curso é que eu tenho tido orgasmos antes deles estarem vivos. Entre as risadas de surpresa, eu continuo usando termos como pênis e clitóris como um professor de matemática ensinando a usar a calculadora científica. 

O que eu estou fazendo é criando a base para uma solução simples para os problemas sexuais, mas muito ignorada: a habilidade de conversar sobre sexualidade. Essa habilidade é absolutamente essencial para quando falamos de acabar com a disparidade de orgasmos (a descoberta que as mulheres têm menos orgasmos que homens). A pesquisa mostra que as mulheres que contam para seus parceiros como gostam de ser tocadas têm um maior percentual de orgasmos. 

Quando as mulheres fingem orgasmos (pesquisas apontam que pelo menos 70% das mulheres fingem), elas estão treinando parceiros para fazer precisamente o que não funciona para elas. A maioria das mulheres fingem orgasmos durante a penetração, baseado na falsa crença que essa é a maneira que elas “deveriam” ter orgasmos. No entanto, um estudo recente descobriu que só 18% das mulheres têm orgasmos com penetração.

Nas pesquisas que eu conduzi com mais de 500 dos meus estudantes, menos de 5% disseram que só com a penetração conseguem chegar aos orgasmos. Os outros 95% disseram que a rota mais confiável envolve estimulação clitoriana, sozinha (com sexo oral) ou acompanhada com penetração (usar um vibrador durante a penetração).

Então se você é uma dessas que está na estatística dos  95%, seguem algumas dicas de comunicação com seu parceiro sobre estimulação clitoriana, dentro e fora do quarto:

Durante um encontro sexual, você pode:

Deixe os dedos falarem:

Coloque a mão do seu parceiro no lugar certo, com sua mão guiando. Seja a primeira ou a décima vez que você faz isso, guie para ser tocada do jeito que você gosta. Como os autores do site OMGYes falam: “É impossível já saber todos os movimentos com um novo parceiro ou até mesmo com o seu parceiro de longa data.” As necessidades para chegar a um orgasmo são diferentes e o que uma mulher precisa muda de um encontro para o outro. E a não ser que você seja guiada para ter um tipo de estimulação específica, é improvável que descubram como você gosta de ser tocada. 

Ofereça instruções: 

Você pode usar palavras para mostrar seus desejos sexuais, como toque aqui ou ali, mais forte ou mais leve. “Mais”, “mais rápido”, “devagar”, ou “mais forte” são palavras que são eficientes e fáceis de serem usadas. É claro, instruções simples podem resultar em falta de comunicação. Você pode falar “mais rápido” e seu parceiro entender “mais forte”. E se seu parceiro acertar, dê feedbacks positivos: “É isso”, "Continua" e "Vai…". Se dar instruções te deixam desconfortável, você não está sozinha. Mulheres se preocupam em falar para seus parceiros (especialmente parceiros de primeira viagem e se forem homens) e de serem má interpretadas. 

Mas o oposto também é comum: em um estudo, homens disseram que se sentem excitados com o pedido da mulher para a estimulação clitoriana. Os meus alunos homens disseram que se sentem aliviados quando uma mulher dá instruções claras para estimulação clitoriana. Eles também falam que genuinamente querem dar prazer para uma mulher, mas ficam perdidos em como podem fazer isso. E de novo, o fato que toda mulher precisa de algo um pouco diferente para alcançar o orgasmo é algo a ser levado muito a sério. Mesmo que o relacionamento não dê certo, pelo menos você teve orgasmos! 

Combine essas habilidades:

Essas habilidades de comunicação sexual são melhor utilizadas quando combinadas. Por exemplo, combine palavras como “mais rápido” com sua mão guiando seu parceiro. Uma vez que você remover sua mão, se eles conseguirem fazer direito, use palavras ou gemidos sexuais para dar feedbacks positivos. 

Quando não estiver tendo um encontro sexual, você pode:

Conversar abertamente com seu parceiro sobre sexo. Essas conversas podem acontecer em qualquer lugar: na mesa de jantar, no sofá, na cama. Elas são discussões gerais e positivas de coisas que você quer tentar para fazer o sexo ficar ainda melhor. Ou elas podem ser usadas para resolver problemas. Aliás, é melhor não mencionar a insatisfação sexual ou qualquer outro tópico difícil durante o sexo, o perigo é criar uma associação negativa com um lugar que você quer que seja excitante e positivo. A chave é usar uma comunicação não-violenta, como falas dialogando para o seu “eu” ao invés de um tom acusatório, com “você isso” ou “você aquilo”. Fale, por exemplo, “eu acho que me ajudaria ficar excitada se…” ao invés de “você não tem ideia o que me deixa excitada!”

Mostre, não fale:

Se você quiser ensinar para o seu parceiro como estimular seu clitóris, você pode tentar a técnica de se masturbar na frente dele. Enquanto essa ideia pode parecer embaraçosa para muita gente, aqueles que tentaram fazer isso adoraram. Como falou um homem no livro “I Love Female Orgasm”: “Eu olhei minha parceira masturbar e foi uma excelente lição… Eu realmente gosto de vê-la - é uma experiência educacional.” É claro, se isso parecer desconfortável para você, não se sinta obrigada. 

Mostre vídeos: 

Você pode assistir um vídeo realístico (e não pornografia) de masturbação feminina. Eu sugiro você ver os vídeos do OMGYes. Uma das minhas pacientes e seu marido assistiram vários vídeos da série e ela me disse que “Mesmo depois de quatro anos juntos, nós dois aprendemos novas técnicas. Eu descobri novas formas de me tocar e ele parecia entender realmente como tocar no meu clitóris”. Ela acrescentou: “Quer dizer, ele sempre foi um ótimo amante. Mas agora… puta que pariu!”. 

Mostre livros:

Dê para seu parceiro algo para ler. Eu recentemente recomendei que uma estudante minha e sua mulher lessem os trechos de sexo lésbico do “The Hite Report” juntos - e ela me disse isso realmente os ajudou a ficarem mais confortáveis para falar especificamente o tipo de estimulação clitoriana que cada uma gostava. Outra paciente minha veio muito feliz para a sessão de terapia, dizendo que seu namorado estava lendo e tentando fazer as instruções do “How-to Oral Sex Manual (She Comes First)”. O meu próprio livro, “Becoming Cliterate”, tem todo um capítulo que ensina os leitores masculinos a entender o poder do complexo do clitóris para os orgasmos femininos.  

Resumindo:

A grande maioria das mulheres precisa de estimulação clitoriana para ter orgasmos. Este é um fato que precisamos falar mais abertamente sobre, tanto com nossos amigos quanto com nossos parceiros - sejam novos ou de longa duração. Quando meus alunos me contam que ficam sem jeito para falar sobre sexo, eu pergunto se eles ficam tão sem jeito quando eles tem um sexo péssimo. Como diz a blogueira Corey Silverberg: “Comunicação não é só sobre falar, mas eu posso te prometer que uma das chaves de um ótimo sexo é a habilidade de falar sobre ele. Eu também posso prometer que é mais fácil aprender a falar sobre sexo do que aprender a ler mentes”

Escrito pela Dra. Laurie Mintz. Tradução livre de artigo publicado originalmente no Sustain. Leia o artigo original.

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