Na janela
Histórias eróticas para mulheres livres. Se inspire e desperte a sua imaginação para sentir na intensidade que você deseja. Contos para gozar, se deleitar. Na vida, no quarto e na cama.
Todo dia, ela espiava seus vizinhos da janela no café da manhã. Naquela terça-feira, ela reparou que a vizinha do lado também estava na varanda ao seu lado, fazendo a mesma coisa. Os olhares dos dois se cruzam. Uma risada mútua. O que acontece quando ela toca a campainha para entregar biscoitos?
Todo dia eles faziam tudo sempre igual.
Exatamente como na música do Chico, eles acordavam 6h da manhã, com a cortina escancarada e a luz natural entrando no parapeito da janela. Davam um beijo Faziam um carinho na barriga do gatinho siamês, e iam tomar café.
Eu não era a típica voyeur. Nunca tive o costume de acompanhar meus vizinhos, nunca tive o interesse em ver como tava a grama do outro lado. Mas aquele casal, que colocava jazz todo dia 8h enquanto malhavam, despertava algo dentro de mim. Talvez inveja, talvez admiração. Talvez algo a mais.
Eu tinha certeza que eles não tinham ideia quem eu era.
Mas naquela terça-feira, enquanto eu fazia meu mingau e acompanha a mulher, com seus cabelos negros longos e top de malhar preparando algo na cozinha, nossos olhares se cruzaram.
Minha colher caiu no chão. Vi um sorriso no canto da sua boca, como ela soubesse daqueles dois meses que eu acompanhava a vida dos dois, como um casal de influencers no youtube.
Eu sorri de volta, sem jeito, e virei de costas. Meu coração parecia que iria sair pela boca. Resolvi seguir meu dia e parar de acompanhar os dois. Já chega - ultrapassei um limite.
Uma semana depois, o interfone toca. “Dona Mariana pra você”. Quem seria dona Mariana? Deixei entrar.
Toca a campainha, a mulher de cabelos negros na minha porta. Com um pote com biscoitos, vestido de verão. Meu coração a mil.
- Oi, desculpa se estou sendo intrometida. Mas vi você do outro bloco e queria te dar esses biscoitos que assei. São da minha loja.
- Ah! Oi! Prazer. Muito obrigada, não precisava… entra aí, acabei de passar um café.
Aqui estávamos. Você me contou que récem tinham se mudado. Que tinham adotado um gatinho. Que você tinha uma loja de biscoitos, que ele era professor de yoga. E como eu imaginava, você era extremamente leve: levava a vida um dia de cada vez e não era de planejar demais.
Falamos da nossa infância. Você falou do seu casamento - que era aberto e funcionava bem assim. Que sentia que podia confiar em mim.
- Eu preciso te confessar uma coisa, mas você vai me achar maluca. Ando te acompanhando pela janela e tava doida pra te conhecer. Até que tomei coragem e vim aqui.
Meu coração parou. Eu soltei uma risada.
- E se eu te contar que ando fazendo exatamente a mesma coisa?
Ela pegou na minha coxa. Senti um sussurro. “Eu sei”. De repente, seus lábios estavam em meu ouvido. De repente, entramos em estado de transe e nossas roupas estavam no chão. De repente, ela estava em cima de mim. Nós duas de top e calcinha, em cima do sofá.
Seus lábios no meu pescoço, na minha barriga, na minha pelve. Sentia todos meus pelos arrepiados - o perigo, essa mulher desconhecida - mas tão conhecida. Quando sua mão baixou minha calcinha e me viu, por completa, exposta, você sorriu e beijou a testa da minha vulva.
Eu nunca tinha transado com uma mulher. Mas ali, com sua boca na minha vulva, eu duvidei de mim mesma. Era tudo muito natural. Suas lambidas. Minha respiração arfando. Seus dedos - que pareciam que sabiam exatamente o que estavam fazendo.
Você me levou em uma crescente. E com um gemido fraco, explodi na sua boca. Gozei como nunca tinha gozado.
Beijamos. Senti você levantar e botar o vestido.
- Me interfona. Te espero.
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