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Lençóis Encharcados

HISTÓRIAS ERÓTICAS PARA MULHERES LIVRES. SE INSPIRE E DESPERTE A SUA IMAGINAÇÃO PARA SENTIR NA INTENSIDADE QUE VOCÊ DESEJA. CONTOS PARA GOZAR, SE DELEITAR. NA VIDA, NO QUARTO E NA CAMA.

Levantou a camisa dela até o pescoço. Não chegou a tirar a peça por completo. Ergueu seus braços e cheirou-os como um animal que procura os últimos frutos antes do rigoroso inverno. Isso a desconcertou. Ela quis se desvencilhar. Não tinham intimidade para que ele conhecesse sua essência. Não tinham intimidade alguma. Até que ele lambeu suas axilas.

Ela sentiu a língua se encontrando com os pelinhos debaixo do braço que denunciavam o atraso da depilação. E desde quando axilas eram zona erógenas? O rosto dele tomou um rumo transversal e encontrou-se com os seios dela. Bicos duros, estalados, pelos eriçados.

Aquilo estava indo longe demais, rápido demais. "Qual será mesmo a calcinha que estou usando? Vai ser muito broxante eu pedir para ir ao banheiro agora? E se...". Todos, absolutamente todos os pensamentos dela foram interrompidos pelo movimento seguinte.

Ele se ajoelhou na cama, puxou o corpo dela pelas pernas, abriu o botão do jeans, tirou a calça, a calcinha e afastou uma coxa para direita, outra para a esquerda. Ficou ali parado, olhando o centro dela como quem se maravilha ao encontrar um tesouro há muito tempo procurado. De repente, riu.

Para ela aquilo foi uma afronta. O equivalente a alguém rir ao se deparar com o corpo nu de um homem pela primeira vez. "Melhor você ir embora. Vamos deixar isso para outro dia", falou constrangida.

Ele se afastou, sentou na beirada da cama de costas para ela e ficou em silêncio. Fez menção de se levantar. Para ela, parecia desdém. Mas não era pouco caso, era respeito. Ela só não reconhecia a diferença porque nunca havia sido tratada assim.

Ao invés de ir embora, ele voltou-se para ela e a beijou com força, segurando seu pescoço para que não houvesse escapatória. Tentando reconquistar terreno, ele foi retomando o ritmo aos poucos. Segurou a mão dela e, fugindo do lugar-comum de chupar os dedos, passou a língua molhada entre cada relevo de suas mãos.

Mais uma vez foi atrás do centro dela. Era como se ele fosse um explorador tateando uma caverna escura, onde gotas de água caiam em estalactites somente para ricochetearem tentando voltar a sua origem. Ela tentou fechar as pernas. Ele forçou passagem para deixá-la aberta física e emocionalmente. Passou a palma da mão por sua entrada e cheirou em seguida.

Deitou-se aos seus pés, colocando o rosto no meio dela e sugou, chupou, engoliu tudo que podia num ímpeto de sede, de fome, de desespero e ânsia. O corpo dela começou a tremer. Descoordenado. Os músculos da face mostrando dor, corpo indicando prazer. O afastou.

A ideia de perder o controle não a deixou seguir com aquela insensatez. Ele, em contrapartida, estava tão duro que parecia sentir desconforto. Ao passo que, igual a um louco masoquista, fazia de tudo para retardar o fim daquele tormento. Queria mais. E não tinha pressa alguma para obter o que desejava.

Trocaram outro beijo. Ele levava o gosto dela na boca. Ela mordeu seu queixo, desenhou o maxilar dele com os dedos, massageou-lhe os ombros, acariciou suas costas com a ponta das unhas. Sem dizer uma palavra, ele agarrou-a com força e a pôs sentada sobre seu colo. Passaram a se roçar um no outro como duas mãos que tentam se manter aquecidas.

"Coloca logo a camisinha!", ela pediu com urgência na voz. Ele sorriu, colocando a proteção de um jeito que só quem faz isso todos os dias seria capaz de executar. Jogou-a na cama e se deitou sobre ela. Não precisou sequer mirar para encontrar o meio mais molhado e acessível possível até o prazer daquele corpo grudento. Empurrou-se para dentro dela uma vez, duas vezes, três vezes. Mais rápido. Cinco vezes, seis vezes. Mais rápido. Mais rápido. Nove vezes, dez vezes.

Ficaram assim por dois minutos. Suor ardendo os olhos e salgando a boca. Ela mordeu sua orelha, sussurrou baixinho: "assim mesmo".  Com uma mão ele se apoiava na cama para não pesar sobre ela, com a outra a tocava, fazendo círculos e dando leves beliscões na região abaixo do púbis dela. A mão dela ia junto, guiando-o, mostrando o ritmo e as coordenadas. Quando começou a sentir seus pés formigarem, frio na barriga e pélvis trêmula, ela tentou afastá-lo novamente.

Dessa vez ele disse: "confia em mim". O tom de pergunta fez com que ela consentisse de um jeito irremediável. Quando relaxou, se entregando ao prazer que sentia, fez a cama toda umedecer. Aquele líquido parecia ter levado para fora dela qualquer resquício de pudor – ou culpa.

"Então era isso que você queria manter em segredo?", pensou ele ainda tomado pela surpresa de presenciar, pela primeira vez, um orgasmo que esguichava do corpo feminino.

A cena lhe provocou um estímulo tão intenso que, por mais que desejasse frear a excitação e o próprio tempo, ele se pegou soltando não apenas seu gozo, mas um grito quase gutural enquanto tocava o lençol impregnado com os fluídos dela.

Ao final, não conseguiram se soltar um do outro. Misto de exaustão com vontade de que aquele momento fosse eternizado. Ao recobrar a lucidez ela perguntou o porquê de ele ter rido, momentos antes. "Me lembrei de quando era só um moleque, fantasiando um encontro com alguém como você e corri até ele para contar que quando acontecesse seria ainda melhor do que o mais forte desejo que já senti", respondeu. "Quem estava sorrindo naquela hora era ele. Para mim".

 

Por Monique dos Anjos

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Monique dos Anjos é jornalista, consultora de diversidade e há vinte anos escreve sobre o universo feminino, sexualidade e comportamento. Quando não está às voltas com seus três filhos e marido, produz contos eróticos que misturam narrativas envolventes, descrições sensoriais e mulheres com corpos, desejos e expectativas reais. Confira seu projeto de contos eróticos, o Contos Erógenos.

 

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1 comentário

Gostei do conto, mas gostei mais ainda em conhecer vcs

Sueli 17 agosto, 2022

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