Espaço Sideral
Histórias eróticas para mulheres livres. Se inspire e desperte a sua imaginação para sentir na intensidade que você deseja. Contos para gozar, se deleitar. Na vida, no quarto e na cama.
Com bilhões de candidatos, Ana foi selecionada para estudar astrobiologia em marte. Na nave, ela conhece Marte - um engenheiro tímido com o olhar brilhante.
6 meses de confinamento. É engraçado como depois do terceiro mês, eu parei de contar. Seriam mais de 7 anos dentro daqueles muros brancos, sob a iluminação artificial. Mas eu não podia reclamar.
Entre as estrelas do espaço sideral e meus lençóis brancos, o melhor respiro que tinha dentro da nave Gaia eram seus olhos. Do verde mais puro - daquele que lembram os mares calmos da Bahia, eles eram minha dose diária de tranquilizante. De alguma forma, quando eu encarava seus olhos, sabia que eu estava segura.
Eu lembro o primeiro dia de treinamento como se fosse ontem. Te apresentaram como líder de engenharia da missão e falaram um pouco do seu currículo. Era você que faria as casas modelo no solo árido do Planeta Vermelho. Você inventou o sistema de isolamento perfeito. E quanto mais o instrutor falava das suas façanhas, mais você se retraia no sofá, as mãos segurando o couro antigo. Nossos olhares cruzaram e eu acenei com minha cabeça. Vai ficar tudo certo. Você esboçou um pequeno sorriso.
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- Eu não entendo pra que tudo isso.
- Faz parte da segurança bioquímica, Ana. - Mas assim o material não consegue fazer fotossíntese.
- Tenta assim…
Ele sabia que era eu era impaciente. Como astrobióloga, meu papel era catalogar e estudar possíveis formas de vida. Eu não lidava bem com burocracia excessiva, mas você prosperava com ela.
No treinamento na Terra, entendi como éramos extremos opostos. Mesmo naquela situação extrema, nos complementávamos perfeitamente. E enquanto eu via suas mãos trabalharem com o solo, eu não conseguia evitar de pensar nelas no meu corpo. Sentia meus pelos arrepiados na nuca.
Eu não pensei quando coloquei a minha mão sob a sua. Vi o seu olhar interrogativo, mas eu não liguei mais. Meus lábios encostaram nos seus - senti a surpresa e me afastei. Suas pupilas dilatadas cobriram metade dos olhos verdes.
- Desculpa… - falei, ainda segurando suas mãos.
E tudo aconteceu rápido. Um tubo de ensaio que você segurava se espatifou no chão enquanto você me envolvia em seus braços, em um beijo desesperado. Minha camisa arrancada, minhas mãos abaixando sua calça de moletom.
Você encostava na minha vulva como se fosse a coisa mais preciosa que tinha tocado. Nos afastamos e vi seu olhar cuidadoso, o mesmo que você tem quando está trabalhando.
- Me fala como você gosta.
Peguei na sua mão e fui mostrando. Movimentos circulares e certeiros. Dedos seguros e molhados de saliva dentro da minha vagina. Me senti em uma onda. Uma onda quente, que me preenchia e transbordava para seus olhos verdes.
Nos abraçamos. Era meio da tarde, no meio da sala de laboratório. Cruzamos um limite ali. Um limite que inevitavelmente, seria estourado.
E nas nossas risada em êxtase, entendemos que não tinha mais volta.
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