Contos para se deleitar...
Conto 1 | Amigos com Benefícios
Era dia de tomar uns bons drinks com o Dan, meu amigo confidente e ex-colega de quarto, 100% sem filtros.
- Eu achei que você e o Miguel não estavam mais juntos. Ele não é uma merda na cama?
- Haha, para de ser estúpido Dan. Ele é um cara legal.
- É, mas ser legal nunca vez ninguém gozar...
- Não que era ruim, ruim. Mas era uma amizade colorida que definitivamente deveria ser mais colorida. Ter mais benefícios.
- Um brinde aos benefícios. E que tipo de benefícios estamos falando? "Eu preciso de umas bolsas Gucci..."
- Hahaha, nada disso. Eu queria umas coisas mais quentes e ele não tava entendendo que eu tava querendo apimentar. Tipo, queria que ele me chamasse de nomes ou me desse uns tapinhas, sabe?
- Ah, sim.
- Ele era meio robótico. Tipo, como se ele estivesse seguindo um roteiro de um filme pornô amador.
- Então porque você saiu com ele?
- Bom, ele é alto.
- Hahaha, ótimo motivo.
- Mas sério. Eu gostei de como ele é espontâneo e autêntico.
- Como assim?
- Por exemplo, ele adora fazer umas coisas bizarras. Tipo, ele pegou uma balsa um dia só por pegar na Lagoa e acabou parando em um bar com karaokê de meia idade. Sim, eu sei que é bizarro, mas eu curti ele ser meio esquisitão.
- Eu te entendo. Teve uma vez que eu tava saindo com um personal trainer e ele me chamou pra um stand up que ele estava apresentando. Foi uma merda, mas foi tão ruim que eu amei.
Quase engasgamos. É, não é só a mulher hétero que sofre.
- Então, você acha que vocês vão se encontrar de novo?
- Hm, acho que sim, nós sentimos algo um pelo outro. Mas nós estamos meio empacados porque ele vai mudar pra outra cidade no fim do verão...
- Putz, que péssimo. Como se fosse muito cedo pra namorar mas também muito cedo pra ter sentimentos um pelo outro...
- É! Exatamente.
- Às vezes você só precisa de um tempo, amiga.
- Vamos ver. Ele vai vir aqui hoje.
- É assim que você me expulsa daqui, hahaha?
- Sim, lógico. Acabamos de acabar uma garrafa de vinho.
- Você é péssima!
Quando o Dan foi embora, coloquei uma música alta dos anos 80 pra me animar acabar de colocar a minha casa no lugar. Ainda faltava muito pra arrumar... De repente, escutei o interfone.
Merda.
- Oi!
- Ah! Oi!
- Qual foi essa música ruim?
- Hahaha, eu tava tentando me animar pra acabar de arrumar...
- Sei. "80% da estante de livro pronta". Hahaha, isso é sua cara.
- Eventualmente fica no lugar. Você conhece meu TOC.
- Esse lugar parece muito vazio sem o Dan deitado no sofá.
- Eu sei! Ele era melhor coisa dessa casa. Eu vou ali no banheiro rapidinho mas nós podemos ir para o bar ali na esquina.
- Tá ótimo.
Quando voltei, lá estava ele com o martelo e os parafusos na mão acabando a estante.
- Ei, o que você está fazendo?
- Não consegui me segurar.
- Haha, é fofo da sua parte. Mas você não precisava.
- Não, tá tudo bem.
- Posso ao menos pegar uma cerveja pra você? Tá muito quente aqui dentro.
- Ah, por favor.
Mais tarde, estávamos no jardim conversando.
- Você quase ser expulso do casamento que eu estava cantando não é exatamente apoiar minha arte - disse rindo.
- Olha, aquele segurança era muito apaixonado pelo o que fazia. Tenho que respeitar.
- Bom, você tentou. - ele era muito fofo
Olhei pra ele e seus olhos azuis brilhavam na noite. Nos beijamos.
- Eu queria te beijar de novo.
- Eu também.
As coisas começaram a esquentar e resolvi ser honesta e aberta com o que aconteceu, antes que a noite pudesse desandar.
- Olha, eu queria te falar que eu sei que pedi umas coisas coisas aquela noite que talvez você não quisesse ou ficasse confortável. Eu não quis ser esquisita, sei lá.
- Não, não. Eu só estava meio tímido. Eu não sabia o que tava rolando entre a gente. Então fiquei meio surpreso.
- Sim...
- Você quer me dar outra chance?
- Outra chance?
- Sim. Foda-se o bar. Quero te vendar.
- Tá bom?!
- Sim, vamos. Eu sonhei em fazer isso com você. - ele falava enquanto colocava o tecido na frente dos meus olhos e me levava pro quarto.
Não ver nada deixou meus outros sentidos muito mais aguçados. Eu conseguia sentir o vento na minha nuca, seus dedos, seus beijos, tudo mais claro.
- Isso tá muito gostoso...
- Ótimo.
Ele beijava meu pescoço e ia desabotoando minha camisa.
- Eu amo essa parte aqui em cima do seu umbigo. Porra. Você acabou de se depilar?
- Sim...
- Tão macia... quero esfregar minha cara toda aí.
- Tira os meus shorts, vai...
- Vendada e ainda por cima dando as ordens...
- Haha, mas eu gosto quando você dá as ordens.
- Você gosta de não saber aonde eu vou te beijar em seguida.
- Sim... Hm...
A essa altura eu estava encharcada.
- Vou colocar meus dedos no seu clitóris. Assim. - não conseguia mais me conter e comecei a gemer alto. Ele sabia o que estava fazendo.
- Ai, você não pode me comer agora? Eu quero te sentir...
- Não. Ainda não.
Senti seus passos pelo quarto e o barulho do zíper abrindo.
- Aonde você está?
- Estou no final da cama.
- O que você está fazendo?
- To me masturbando te vendo, sua gostosa.
- Eu te deixo excitado?
- Demais. Eu amo seus peitos. Sua bunda. Eu sonho com você sempre que não estamos juntos.
- Isso, continua a falar...
- Eu vou te fuder até você gritar.
- Sobe logo em cima de mim...
Ele não esperou duas vezes. Senti ele subir e me penetrar. Gememos juntos.
- Continua a falar...
- Como você é apertada. Eu sonho com você toda noite, meu pau dentro de você bem fundo. Como você é diferente.
Ele continuava com o ritmo intenso. Eu já estava chegando a um ponto onde não tinha mais retorno.
- Goza comigo. Vai... Vou te comer todos os dias desse jeito.
Chegamos ao ápice juntos. Abraçados, nos olhamos e rimos.
Teria que dar um novo relatório pro Dan...
(Veja a continuação do Amizade com Benefícios)
Conto 2 | A Virginia
Tinha esse cara que já tinha trabalhado comigo. Ele era um cliente para um projeto externo, e artista - daqueles que tem um ego que não passa em uma porta de tão gigante. Todo nosso escritório achava ele um gato. Eu achava ele um pedante chato, todo mundo revirava o olho pra quando eu falava isso.
Claro que eles estavam certos. Ele era um gato. Mas eu não queria que ele soubesse disso. Quando o projeto acabou, eu lembro que exclui seu contato no meu celular. Foi um alívio. Mas é claro, eu precisei de um favor e tinha que encontrá-lo. Merda.
- Oi, você lembra daquele artista que todo mundo falava que era gato?
- Eu não acho que eu estava trabalhando aqui ainda...
- Sim, você estava! Ele era diretor criativo na 840. Ele fez aquela instalação pra gente na Pinacoteca. Lembra, aquela que mudava o formato de acordo com ângulo
- Ah! Eu lembro. Era cinza e três dias depois do lançamento ele mudou para verde.
- Isso, ele mesmo. Nossa, ele é muito arrogante.
- Mas foi por isso que ele ficou muito famoso. Por ter mudado a cor.
- Eu sei... ele promete, ele cumpre. Ai cacete...
- Eita, que tá acontecendo?
- Nada, desculpa, tô dirigindo aqui no meio do nada. Tô indo pro estúdio dele, na serra da mantiqueira.
- Nossa! Um estúdio no meio da floresta. Poxa, tenta manter a mente aberta!
- Ele demorou uma semana para responder meu e-mail. Menor senso de urgência. Ridículo!
- Você é virginiana demais pro seu próprio bem, hahaha.
- Não entendo nada de signo.
- E Maria, você esqueceu de me falar que ele é um gostoso.
- Sim. E honestamente, essa é a pior parte.
- Ele parece ser alto.
- Sim, ele é. Ele é muito, muito gato. E ele sabe que é. Mas ao mesmo tempo, ele usa aquelas sandálias crocs.
- Nem tudo é perfeito, né? hahaha.
- Opa. Tenho que ir. Falo contigo depois. Parece que cheguei.
- Sim! Se divirta!
No caminho até a casa não tinha a grama aparada e consegui ver uma casa com um telhado vermelho, super rústica. As heras cresciam pelas paredes brancas. Eu arrastei a porta de vidro. Um sinal bem grande avisava que não precisava tocar a campainha. Então tá. Ele também me esqueceu que eu não deveria vir de salto. Téo estava em um quarto que deveria ter sido uma sala de estar em outra vida. Mas agora o chão era concreto puro. Ele estava parado segurando um maçarico enorme na frente de um pedaço de metal, se desfazendo e brilhando com as chamas. Vi o suor escorrendo nas costas da sua camisa de linho. Ele parou o que estava fazendo e tirou a máscara de proteção. Limpou o suor na sua barba bem feita com a manga.
- Oi! - e me deu um sorriso contagiante, como se fossemos amigos antigos.
- Oi.
- Bem na hora, mas não poderia esperar algo diferente de você né? haha. Tô quase acabando aqui. Fica à vontade!
- Claro. Obrigada.
Eu fui para o outro quarto e vi uma parede pintada com um vermelho agressivo. Mas o pé direito era pintado de branco - como alguém tivesse perdido o interesse naquilo ali. Vi vários trabalhos descartados e mesas de pintura claramente feitas no improviso. Parecia íntimo demais estar vendo tudo aquilo, como se eu estivesse dentro da sua mente. Uma mesa tinha uma pilha de desenhos de uma mulher.
- Nossa, ela é linda! Desculpa, não deveria estar bisbilhotando...
- Não, que isso. Dá pra ver que você se sentiu atraída pela obra.
- Eu achei que você não desenhava retratos, só fazia instalações e esculturas.
- É, eu engano direitinho. Essas na verdade são uma série de retratos que deram errado.
Eu estava inclinada na mesa esperando ele me chamar para sentar. Como ele não chamou, sentei no banco na frente por conta própria. Eu peguei as fotos de dentro da minha bolsa e coloquei na mesa.
- Bom, obrigada por essa reunião...
- Você quer algo? Um chá verde?
- Ah! Não, obrigado. Eu não posso ficar muito tempo.
- Claro, claro. Direta ao ponto.
- Eu imprimi alguns dos stills do projeto pra você. Eu lembro que você não gostava de como a cor é retratada na tela do computador.
- Ótima memória! Nossa, adorei. Muito obrigado.
Ele sorriu para mim de novo. Eu coloquei o meu cabelo atrás da minha orelha, sem perder o contato visual com ele.
- Tá. Vamos ver o que você trouxe.
Ele sentou do meu lado, quase encostando. Ele colocou as mãos na beira da mesa. Olhei para seus olhos concentrados enquanto estudava as fotos. Descobri que adorava ele assim, focado e atento.
- Eu não gostei muito dessa parte aqui. Pode descartar.
- Ela toda?!
- Sim. Ela não faz sentido.
- Mas essa é a parte mais importante da campanha!
- Ué, mudamos. Não podemos?
- Não! Não acho que podemos. Já foram mais de 700 mil reais investidos nisso aqui!
- Essa é minha opinião. Você veio aqui para saber o que eu achava.
- Mas você nem olhou tudo!
- Olha, isso não me chama atenção.
- Não te chama atenção??? - eu estava claramente irritada. Ele estava achando graça.
- O que isso parece pra você?
- Bom, primeiro de tudo, parece um...
- Viu? Parece porra nenhuma! - a contragosto, ri junto com ele. Porra, ele tava certo.
- Para, não sacaneia. Isso são meses de trabalho!
Ele ria com gosto, e me senti embalada em suas risadas. Os seus ombros acidentalmente se encontraram com os meus. Eu me afastei na hora, mas continuava a rir junto. Porra, ele tava certo. E só conseguia rir. Isso acontecia comigo às vezes, quando todo mundo tava chorando ou gritando eu ria. Senti as mão dele no meu ombro, pesadas, enormes e quentes. Eu olhei para ele e vi que ele tentava me confortar. Mas o efeito foi diferente. No momento que nos encostamos, senti a adrenalina percorrer meu corpo e senti as pernas deles se encostarem nas minhas.
Nos beijamos. Ele passeava com seus dedos no meu cabelo enquanto sentia sua barba arranhar de leve o meu rosto enquanto ele me colocava seus lábios nos meus. Era intenso, era forte, e senti que a energia dele se equiparava à minha.
- Tire suas calças - pedi.
- Você vai me dar uma lição?
- Isso. Agora deita.
Ele empurrou a minha calcinha até cair nos meus tornozelos. Eu deitei ele no banco enquanto sentia ele levantar minha saia até a cintura. Eu sentei em cima dele e o segurei com minha mão. Desci sentando devagar. Como eu amava esse primeiro contato da penetração... senti meus olhos se reviraram. Sentei rápido, e vi que ele estava tentando segurar minha blusa. Eu sentava e apoiava minha mão no seu peito.
- Hm.... Cacete... Você é...
- Cala a boca e me fode.
Botei a mão em cima da sua boca e ele começou a lamber meus dedos. Ele me agarrou pela cintura e começou a levantar os quadris.
- Isso. Me fode de quatro.
Ele segurava meu rosto enquanto o meu antebraço segurava a mesa. Os desenhos dele espalhados pelo chão. Senti ele me penetrar rápido, com força, empurrando meus quadris para a beirada da mesa. Ele colocou um pé no banco para ter um melhor ângulo para me comer.
- Me bate - falei, entre os gemidos.
Ele deu um tapinha frouxo.
- Eu disse pra me bater! - Ele bateu com força. Não continha mais os gemidos.
- Mais forte!
A mesa ia pra frente com a força que estávamos fazendo. Eu me agarrava pra não cair.
- Ai porra! Vou gozar. Goza em mim, vai...
- Gozamos juntos, gemendo alto, com as fotografias esquecidas na mesa.
Conto 3 | Couro e Renda
O quarto estava na penumbra. Os teto tinha um pé direito muito alto, e eu de repente me senti pequena. A mulher à minha esquerda estava em um macacão de látex, beijando outra mulher com os seios desnudos. Eu tentei não encarar. A energia era de pura sacanagem: os corpos dançando, suando e roçando entre si.
Eu já tinha escutado sobre as festas temáticas do Sebastian antes, as pessoas fantasiadas que saiam para quartos privados, antes do entardecer. Mas ninguém fala sobre o que realmente acontece ali. Coisas de círculos fechados.
Meu olhar se estendeu pelo o quarto, mas eu não conseguia ver o Sebastian. O convite dele foi uma mensagem simples no whatsapp. “Venha, quero você aqui. Se fantasie.”
Ele sempre escolhia as palavras certas. Mesmo quando ele era abordado pela imprensa sobre o trabalho dele. Ele era uma pessoa direta, estóica.
- O que você deseja beber?
- Um Martíni, por favor.
Eu estava inclinada no balcão do bar e olhei pro clima da festa. A música era como água, envolvendo todos ao redor.
Menos uma pessoa.
Ele estava sozinho na janela, com um cigarro entre os lábios. A fumaça saía por toda a direção, e eu vi que seus olhos acinzentados estavam me encarando. Percebi ele me checar. Vi seu sorriso. Eu tirei o sobretudo que estava e revelei, finalmente, minha fantasia. Um corpete de veludo e uma saia de látex, deixando minhas nádegas impossivelmente arrebitadas. Botas de couro vinham até minhas coxas.
O sorriso dele se alargou.
- Jaque! Você veio. Eu estava procurando por você. O que você achou?
- Eu já vim direto pro bar. A festa tá ótima!
Papo vai, papo vem, reparei que o homem ainda encarava a gente.
- Quem é ele?
- Um amigo meu. Acabou de se mudar de Londres. Bonito, né?
- Sim…
- Você quer que eu te apresente?
- Ainda estou decidindo.
- Vem comigo. Quero te mostrar algo.
Ele me levou para um quarto com teto de vidro. Dava para ver todas as estrelas da noite, como mil olhos nos encarando.
Olhei para seus olhos e vi as covinhas do seu sorriso. Ele pegou na minha mão e sentamos em um sofá de veludo no centro do quarto. Ele me beijou - seus lábios quentes, suas mão segurando meu rosto.
- Eu achei que você era tímida.
- Achou errado.
Ele abriu o meu corpete e meus seios pularam por cima. Seus olhos estavam semicerrados. Quando ele ia me tocar, senti uma pessoa entrar pela porta. O homem dos olhos cinzas.
- Seu amigo voltou.
- Tá tudo bem. Pode entrar.
Eu não sei como aquela coragem saiu de mim, mas perguntei:
- Você quer nos assistir?
- Não. Quero participar.
- Você quer, Jaque?
- Quero. Agora ou nunca.
O Sebastian me beijou ferozmente. Senti o desconhecido me olhar e baixar suas calças. Ele se ajoelhou na minha frente e colocou as mãos nos meus braços, nos meus ombros.
Ele empurrou minha calcinha e começou a me lamber, focando no meu clitóris como um homem com sede.
Eles pareciam insaciáveis. Isso alimentou uma fome dentro de mim. Pedi para os dois levantar e comecei a lamber o pau dos dois, alternando. Chupava o Sebastian, chupava o desconhecido.
- Preciso te comer…
Sebastian me colocou de quatro e enfiou tudo, já com toda velocidade, enquanto chupava o seu amigo.
O estranho gozou na minha boca enquanto eu gemia contra seu pau, quase gozando enquanto era fodida por Sebastian. Ele olhou pra mim e riu, me dando um beijo para abafar meus gemidos.
Ele colocou o dedo no meu clitóris enquanto Sebastian me comia com força:
- Goza pra gente…
Eu gritei. Soltei um som gutural. As linhas do quarto borraram e eu só via vermelho.
Sebastian veio logo depois, com um grunhindo. O estranho saiu e voltou com um champanhe e três taças.
- Servidos?
Tradução livre de conto publicado no Dipsea. Escute o áudio original.