Por que sexo ainda é um tabu?

Embora nós tenhamos nos libertado de muitos conceitos restritivos da sociedade ao longo da história, existe um conceito que parece perdurar: em muito sentidos, sexo e prazer associados ainda continuam sendo um tabu. 

Mas porque isso acontece?

Resumindo, é porque o sexo nos lembra a nossa natureza primitiva - nossos instintos básicos. E como nós humanos gostamos de pensar que somos seres mais evoluídos e espiritualizados - seja em um contexto religioso ou em um contexto geral - o ato da procriação ainda é considerado primitivo. Em muitos casos, nós ainda associamos a vergonha a nossos instintos, muitas vezes porque essa foi a nossa educação que nos foi dada na infância. 

Mas como a jornalista Sue Jaye Johnson fala em seu TED Talk em 2017, nós precisamos mudar a nossa percepção do sexo e como nós ensinamos nossas crianças. Nós devemos encorajá-las (e encorajar nós mesmos) para ficarmos mais alinhados com nossas sensações e criar ferramentas para comunicar seus desejos e emoções, sem sentimentos de repressão da sexualidade. 

Em outras palavras, a chave para acabar com o tabu do sexo é aceitar e explorar nossas própria sensualidade, em um processo que Johnson se refere como “educação dos sentidos”. Pensar em como você se sente em seu próprio corpo e desenvolver uma linguagem para descrever como você se sente, além do “bem” ou “ruim”. Como você se sente se for colocado um copo de areia no seu braço? Como você se sente depois de se enrolar em uma toalha morna depois do banho? Quando você fica mais confortável com a experiência de prazer fora de um contexto sexual, mais confortável vai ficar em expressar seus desejos e sentimentos quando está em um momento íntimo com um parceiro. 

A autora Peggy Orenstein também tem investigado porque o prazer sexual ainda é um tabu, especialmente o prazer feminino. Em seu livro “Girls & Sex”, ela descobriu que muitas meninas jovens que são sexualmente ativas não procuram o seu próprio prazer. Existem algumas maneiras que Peggy sugere de como a sociedade pode combater isso e reduzir o tabu envolvendo sexo. Uma maneira é assegurar que pessoas com vulva sejam ensinadas sobre seus corpos e ensinadas dos nomes da sua genitália na infância - assim como é comum falar de pênis com os meninos. “Ensinar a não nomear a própria genitália é algo realmente irresponsável” - ela disse em uma entrevista. Ela também sugere que mudemos a nossa definição do conceito de virgindade - o ideal é jogar o mito da virgindade pela janela. Mas se ainda não for possível, que possamos mudar nosso entendimento: perder a virgindade é quando você tem o seu primeiro orgasmo com um parceiro, e não apenas penetração. 

Parte do estigma que envolve o sexo nos faz esquecer que além da função básica da reprodução, é uma atividade de autocuidado, de bem estar: nos faz nos sentir bem. E ao entender o que é prazer e como é em sua vida, nós podemos começar a nos sentir mais confortáveis com nós mesma, e também mais confortáveis em falar sobre sexo. Levar o sexo para a sala. 

Artigo escrito por Time Maude. Tradução livre de artigo publicado originalmente no The Maudern. Leia o artigo original. 

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