Por que o medo e o perigo nos dão tesão?

O que nós podemos saber sobre os nossos impulsos inconscientes - aqueles desejos mais sombrios que temos? Como podemos acessar nossos desejos escondidos e fantasias? Estamos te convidando a deixar de lado suas inibições, tentar novos papéis e descobrir novas dimensões sexuais e emocionais. 

Fantasias de vampiros sensuais, piratas sensuais, piratas vampiros sensuais: se um extraterrestre fosse para uma festa de Halloween, e você perguntasse para ele o que ele achava de tudo aquilo, é bem provável que ele respondesse que é um rito sexual com elemento assustador. Não quero moralizar as fantasias de Halloween! Mas a conexão entre as fantasias e o tesão não é uma coincidência. Pra todo lugar que você procura, de filmes de terror até lendas urbanas e na cultura de BDSM, nós amamos cruzar o sensual com o assustador. A causa disso pode ser um fator interessante do cérebro humano, um que nos ajuda a ter um sexo mais interessante e, o mais importante, nos ajuda a normalizar alguns dos nossos desejos mais sombrios.

Você pode achar que isso é um fenômeno novo: sexo vende, e para vender fantasias de Halloween e filmes de terror, a indústria faz fantasias mais sensuais. Não é verdade. O costume de simultaneamente nos assustamos e ficamos excitados ao mesmo tempo é bem, bem mais antigo. O Danse Macabre, uma dança europeia de esqueletos que leva as pessoas para a própria morte data do período medieval. A deusa Hindu da morte, Kali, quase sempre é retratada quase nua, com os seios à mostra, presas ensanguentadas  e uma cabeça cortada na sua mão. 

A conexão entre excitação e medo existe desde antes da história humana, antes que a cultura pudesse existir. Tem origens na biologia. 

A emoção primária, base que se esconde embaixo da excitação sexual e medo é a mesma. Para entender isso, precisamos reimaginar como processamos nossas emoções. Você pode pensar nelas como imediatas: quando você finalmente viu aquela vaga de carro, sente alívio. Alguém pode pegar antes de você, aí você se sente frustrado.

Mas os psicólogos descobriram que nossas emoções funcionam de forma diferente. De acordo com a teoria de dois fatores das emoções, nós sentimos uma emoção base, primária, como calma e prazer, e então colocamos uma designação nela dependendo do que está acontecendo à nossa volta. Isso acontece tão rápido e tão perfeitamente que nós nem notamos. 

E o que isso tem haver com vampiros sensuais? Acontece que a base primária de emoções embaixo do estado excitatório e do mesmo é a mesma, e como interpretamos qual a base emocional de um estado de um ou de outro, depende do contexto. A Dra. Sandra Langeslag, uma pesquisadora na Universidade do Missouri que estuda a ciência da emoção e da motivação, explica: “Se você fica excitada - não necessariamente excitação sexual, mas excitação no corpo - batimentos mais altos, foco mais centrado - é porque seu sistema simpático foi ativado, e então você começa a atribuir essas sensações a algo no seu entorno.” É muito comum confundir as sensações como por exemplo quando você fica excitada vendo um filme de terror, você pode estar excitada com o seu parceiro que está vendo o filme com você, e não no assassino na tela. 

Esse fenômeno, chamado de confusão da excitação, já foi ilustrado pelo famoso Experimento da Noiva, realizado pelos pesquisadores Donald Dutton e Arthur Aron em 1974. Homens heterossexuais tiveram que cruzar uma ponte estreita, balançando em cima de um desfiladeiro. No meio, uma pesquisadora mulher fazia um questionário com eles. Quando eles acabavam, ela dava para eles o telefone dela. Para o controle do estudo, eles repetiram o experimento, mas desta vez, o estudo aconteceu em uma ponte larga e segura, bem próxima do chão. 

As coisas podem ser mais sexys quando elas têm o tempero do medo, mas o medo deve vir de uma fonte controlada, para que nós possamos nos sentir calmos e seguros.

Os resultados do experimento (eticamente questionável e com cara de filme do 007) foram impressionantes: os homens testados na ponte assustadora tinham quatro vezes mais chances de ligar para a mulher que os homens na ponte segura. E tem mais: as respostas do questionário respondidas na ponte assustadora eram mais sexuais do que quando respondidas na ponte segura. 

Os homens estudados ficaram com tesão do medo da ponte, e confundiram esse tesão com a mulher que dava os questionários. A conclusão foi que, geralmente, as coisas parecem mais sensuais quando estamos com um pouco de medo e vice e versa. Confundir a origem do tesão significa que você pode estar excitado com algo sombrio ou assustador, e isso não é algo que você deva ter vergonha. Você não é estranho. Você não tem um problema de saúde mental. Você não precisa ver um terapeuta para resolver isso. Na verdade, o seu cérebro está funcionando perfeitamente. 

Mas essa teoria é complicada, com outras pesquisas tendo achando que o tesão ocorre mais naturalmente quando estamos nos sentindo calmos. Isso pode soar meio contraditório, mas a nossa natureza humana sexual têm muitas camadas: “seu corpo precisa estar calmo antes de estar excitado”- complementa a Dra. Langeslag - “Estressores conversam com o seu corpo dizendo ‘Precisamos focar nisso agora ou não temos mais chance de reproduzir'''. Em outras palavras, as coisas podem ser mais sensuais quando elas vem com uma pitada de medo, mas o medo deve vir de um lugar controlado, para que possamos sentir calma e segurança. (Essa é a diferença, por exemplo, entre reproduzir uma fantasia de estupro com seu parceiro ou realmente ser atacada).  

Como você pode identificar que está confundindo a origem do seu tesão para seu próprio prazer? Primeiro, você pode pensar em melhores encontros. Filmes de terror, montanhas-russas, e até exercício físico nos fazem ficar excitados e ajudar na intimidade com seu parceiro. Mas de novo, as qualidade do medo só aparece e têm efeito se todo mundo estiver calmo e seguro, então a coisa mais importante é ter um canal de comunicação aberto e de confiança com o parceiro. 

Na próxima vez que você estiver decidindo entre ver “O Iluminado” ou “A Teoria de Tudo”, lembre-se: a confusão do tesão é real, normal, e se você compreender ela corretamente, pode ajudar a tornar as coisas mais interessantes. 

Artigo escrito por Alex Kahn. Tradução livre de artigo publicado originalmente no Swell. Leia o artigo original

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