O que é ser sexo positiva?
Você é um membro do movimento “sexo positivo”? E enquanto isso pode soar ser uma ideia radical - uma que lembra andar na rua de sutiã e participar de orgias - é um conceito bem simples que envolve apenas uma atitude mais saudável em relação à sexualidade.
O que é sexo positividade?
O termo sexo positivo tem sido muito usado recentemente e tem uma quantidade infinita de conotações. A pior delas é achar que quem é sexo positiva são “putas” que se expõe a doenças sexualmente transmissíveis. Mas, a realidade é, você pode já estar praticando um estilo de vida sexo positivo sem nem saber o que é.
“Ser sexo positiva é sobre abraçar sua sexualidade e entender que ela é uma parte muito importante de quem você é, que não depende de idade e construção social.” conta o Dr. Michael Krychman, ginecologista e terapeuta sexual. “Fala sobre manter uma atitude saudável em relação ao sexo - ou a falta dele - e valorizar as necessidades individuais.” Ser sexo positiva também é sobre abraçar a ideia de ser sexualmente educada e se proteger sempre.
Sexo positivo é um conceito antigo
Embora a sexo positividade possa soar como algo que é uma “modinha”, o movimento começou há muito tempo. Em 1920, Wilhelm Reich, um psicanalista e estudante de Freud, espalhou para o mundo que o sexo não era um ato terrível, péssimo, uma coisa ruim que todos falaram que era. Na verdade, ele disse que ao abraçar nosso lado sexual, podemos curar muitas desordens mentais. De repente, o sexo não era mais só para procriação.
“Sexualidade não é um conceito esotérico de bem-estar. Existem outros benefícios de saúde - a redução do estresse e da ansiedade, uma tolerância melhor à medicamentos, etc”. É claro, a ideia não se espalhou popularmente lá na década de 20. Mas durante a revolução sexual dos anos 1960, ganhou alguma tração, e só agora se popularizou.
Sexo positividade hoje
Hoje, sexo positividade é sobre se engajar com as causas da diversidade sexual: “Se uma mulher é sexo positiva, ela está mais apta a lutar as normas sociais de o que a sociedade diz para ela de como deveria ser sua sexualidade” - conta o Dr Krychman. Não, não temos que nos encaixar na caixa da homossexualidade ou heterossexualidade. Nós devemos nos sentir livres para aceitar que somos sexualmente atraídos por quem somos atraídos, não importa gênero, sexo, raça ou orientação sexual.
Não devemos nos sentir culpadas pelo número de pessoas que já transamos. Ao invés disso, devemos ter prazer ao aprender mais sobre nossos corpos - seja com os outros ou com nós mesmas. E não, não deixe os outros falarem pra gente que devemos transar só depois de casadas, ou que nós não devemos transar com uma pessoa que parece ser “errada” pra gente.
É sobre ter responsabilidade com nós mesmas e com a autonomia do nosso prazer. Isso não significa que nós não vamos transar com todo mundo, mas sim que teremos a escolha e a liberdade para transar com quem quisermos.
Também significa que que nós podemos decidir não transar com ninguém se não quisermos, e aceitar quando os outros não querem fazer sexo conosco.
Não é um conceito óbvio
Embora todas essas coisas possam ser óbvias para muitas mulheres modernas, nem todo mundo vê isso dessa maneira. “Mulheres, especialmente, ficam à mercê de pessoas com uma atitude puritana.” conta Dr. Krychman - “Existe um monte de ideias pré concebidas - políticas, culturais, religiosas, geográficas - que afetam a maneira que a mulher se enxerga, e a reação que ela vai ter da sociedade.”
Mas é inegável que já percorremos um longo caminho. Exemplos de sexo positividade incluem as Marchas das Vadias, marchas de protesto que reivindicam o fim do slut shaming e da cultura de estupro. Até revistas populares, como a americana People, falaram sobre sexo na menopausa e como ser sexualmente ativa com idade avançada. “Isso vem quebrando os tabus e normas sociais batidas e construindo a ideia de sexo positividade”.
Escrito por Rachel Zar. Tradução livre de artigo publicado originalmente no Refinery 29. Leia o artigo original.