Lilit Indica #7 | Livros eróticos
As palavras são uma das fontes mais poderosas de nos trazer prazer. Quem nunca leu aquele livro ou conto incrível e sentiu aquele frio na barriga gostoso? No #7 Lilit Indica, queremos te indicar livros e coletâneas de contos que não só são uma fonte de excitação e diversão, mas também são super bem escritos e muitas vezes, educativos.
Além das nossas indicações, o Lilit Lab está com alguns contos eróticos incríveis, como o Me Ensine, Cinco Anos e Sessão de Terapia. Vale a pena tirar um tempinho pra você, acender uma vela e curtir nossos contos.
Pornôchic - Hilda Hilst
A fase erótica de Hilda Hilst, célebre escritora paulista, não é soft porn, não é sugestiva. É visceral como toda sua obra: deixa as palavras à flor da pele do leitor. A coletânea de contos critica a sociedade machista, é irônica e não tem pudores ou meias palavras: é intensidade pura.
A coletânea de textos inclui os contos O Caderno Rosa de Lori Lamby, Contos d'escárnio - textos grotescos, Cartas de um Sedutor e as poesias Bufólicas. Ela também não tem travas de temas tratados: incesto, fetiches peculiares e pedofilia são alguns dos assuntos tratados - com o particular refinamento e boa escrita particular de Hilst.
O conto que que mais choca é O Caderno Rosa de Lori Lamby, no qual vemos a descoberta sexualidade de uma menina de oito anos. Cartas de um Sedutor mostra um olhar sarcástico e por vezes misógino do sexo.
“A sexualidade pode ser adorável, perversa ou divertida, mas eu acho que o ato de pensar excita muito mais do que uma simples relação sexual. A mim pelo menos, há muitos anos é assim”.
Delta de Vênus - Anaïs Nin
O livro mais famoso da escritora Anaïs Nin, sem sombra de dúvidas, é O Delta de Vênus - um dos livros eróticos que viraram clássicos da humanidade. A escritora francesa, famosa nos 20 pela boemia e o celebrado romance com o escritor Henry Miller, escreveu nos anos 40 o Delta de Vênus - um coletânea de quinze contos eróticos.
Embora sejam explícitos, Nin tem o dom de trazer a poesia para a sua prosa e explorar a sexualidade feminina - antes inédita na literatura. Ela também não reserva tabus: fala abertamente de fetiches, o patriarcado, a dominação masculina, a homossexualidade reprimida e a descoberta dos orgasmos.
“Em numerosas passagens usei intuitivamente uma linguagem de mulher, vendo a experiência sexual do ponto de vista da mulher. Finalmente decidi liberar a erótica para publicação, porque mostra os esforços iniciais de uma mulher em um mundo que fora de domínio dos homens.”
Confira também a adaptação do livro para o cinema, com o filme de 1995 “Delta de Vênus” (disponível no Globoplay) inspirado em partes na vida da escritora.
Casa dos budas ditosos - João Ubaldo Ribeiro
Um dos mais famosos livros de literatura erótica brasileira, A casa dos budas ditosos de João Ubaldo Ribeiro virou sensação nos anos 2000 com a adaptação do livro para a peça homônima de Domingos Oliveira, um monólogo com a atriz Fernanda Torres. O livro é o quarto volume da série Plenos Pecados - cada livro era dedicado a um pecado capital - e esse foi todo dedicado à luxúria.
O livro é um grande relato da vida sexual de CDL, uma baiana de 68 anos que passou por meio de fitas cassete todos seus relatos sexuais para o escritor. Para ela, todo mundo é seduzível e o sexo é uma grande moeda de troca - e é assim que ela entra na faculdade de direito, consegue drogas ou vai estudar fora do país. É também uma ferramenta de exploração dos corpos dos outros - CDL é, essencialmente, uma voyeur.
É um livro visionário e preciso ao discutir a liberdade sexual da mulher e seus preconceitos, como a poligamia, a “honra” da mulher, e o mito da virgindade e da “pureza” feminina.
“Até hoje me espanta essa himenolatria. (...) E, de fato, é triste viver numa sociedade em que a honra feminina é portada entre as pernas, que coisa mais besta, meu Deus do céu. Mas, não é, não é? Às vezes me dá vontade de fazer um comício. Quantas vidas se perderam, quantos destinos se estragaram, quantas tragédias não houve, quantos conventos não foram abarrotados desumanamente, por causa da honra de tantas e tantas infelizes?”
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Grata pelas sugestões.