5 fatos sobre a ejaculação feminina
A água sagrada que saí da nossa vulva, reverenciada em Ruanda
Quando você menos espera, vem uma vontade de fazer xixi engraçada e escorre um líquido transparente entre suas pernas. É assim que muitas mulheres descobrem o seu poder de ejaculação. Na hora, vem a vergonha, vem o medo, vem a curiosidade: “o que é isso que aconteceu?”. E a tendência é olhar direto no google: que redireciona para páginas de vídeo de pornografia - que mais confundem do que educam.
Fica a pergunta: como é realmente a ejaculação feminina?
É UMA REAÇÃO FISIOLÓGICA PERFEITAMENTE NORMAL
Por anos, médicos e cientistas achavam que a ejaculação feminina era um problema de incontinência urinária. Foi em um estudo de 2011 que descobriram que o fluido que sai acumula na bexiga durante o estado excitatório e sai pela uretra na ejaculação. O fluido tem em sua composição química frutose (um tipo de açúcar), e não tem cheiro nem cor.
A estimulação das glândulas de skene, localizadas ao lado da abertura do canal da uretra (por onde fazemos xixi), são responsáveis pela ejaculação feminina. As glândulas de skene também são conhecidas como próstata feminina.
É MUITO DIFERENTE DO QUE VEMOS NA PORNOGRAFIA
Na pornografia, vemos mulheres gritando e um esguicho enorme que pode chegar a metros de altura. E muitas vezes, as atrizes do filme tomam litros de água para urinar completamente transparente e fingirem uma ejaculação. É terrível: somos educadas com o pornô acreditando em uma fantasia que não faz sentido e oprime as mulheres a alcançarem um padrão de “squirt” - como é conhecido a ejaculação feminina nesse mundo.
Na pornografia, a ejaculação feminina é tratada como um “presente” para o homem que soube estimular e trazer prazer para a mulher. E ao invés de relaxarem e terem orgasmos prazerosos, muitas mulheres ficam na pressão de realizar uma fantasia para o parceiro.
É SAGRADA NA RUANDA
No documentário “Sacred Water”, vemos como a ejaculação feminina tem uma conotação completamente diferente da branca ocidental tradicional. Na Ruanda, a água que sai da mulher é sagrada: é a água da deusa Òshun, que estimula a vida e a fertilidade. Não é uma recompensa, um fetiche: é algo sagrado, a ser reverenciado.
É um ponto de vista maravilhoso: coloca as mulheres como protagonistas do próprio prazer e reverencia o orgasmo feminino, tão renegado ao longo da história ocidental tradicional. É hora de colocar as mulheres como prioridade no sexo a dois.
NEM TODAS AS MULHERES EJACULAM
Ainda faltam estudos e pesquisas suficientes para entendermos a anatomia do prazer feminino, mas alguns especialistas apontam que apenas 54% das mulheres possuem as glândulas de skene. Talvez por isso que seja considerado um mito: muitas pessoas falam que não existe, que foi criada essa lenda urbana. Mas o fato é que a ejaculação feminina é real, embora nem todas as mulheres tenham vivenciado esta experiência.
Assim como nós temos corpos diversos, existem mulheres que possuem (ou não) glândulas de skene. Somos estimuladas de maneiras diferentes. É importante ressaltar que a ejaculação é diferente do orgasmo, e os dois podem acontecer de maneira independente. Ejacular não é necessariamente o ápice do prazer feminino: é uma reação fisiológica natural para algumas mulheres.
Lembre-se: nem o orgasmo, nem a ejaculação devem ser o seu objetivo principal no sexo sozinha ou acompanhada. Priorize uma experiência prazerosa, se responsabilize pelo seu prazer e as consequências poderão surgir. No seu tempo. Sem pressão.