Pesquisa revela que 3 a cada 10 mulheres atingem o orgasmo durante o sexo
Apenas 30% das mulheres afirmam ter orgasmos durante a relação sexual, mas o número sobre para 72% quando se fala de masturbação
A revolução sexual começou, mas ainda há muito o que ser feito. Quebrar tabus, preconceitos, convidar os parceirxs para conversas realistas a respeito do prazer e por aí vai. E os números não deixam mentir: 3 a cada 10 mulheres atingem o orgasmo durante o sexo, segundo mostra a pesquisa A Revolução do Prazer, conduzida pela sex tech Lilit com 3500 mulheres com vulva cisgênero. Ao serem questionadas se atingem o clímax durante a relação sexual, apenas 30% afirmaram que sim. Porém, quando o assunto se volta para a masturbação feminina, 72% alegaram terem orgasmos.
Mas, como já sabemos, a história começa muito antes. As mulheres nunca foram ensinadas a se autoconhecerem, a ter prazer, a entender os próprios corpos e sim (e apenas) a ser uma performance para o outro. “Historicamente, a indústria erótica tradicional, criada por e para o masculino, retratou o desejo feminino por meio de uma comunicação performática, inspirada na pornografia, e distante da realidade”, explica Marilia Ponte, fundadora da empresa.
Apesar de a quarentena ter ressignificado as relações das mulheres com a própria sexualidade, a pesquisa mostra que ainda há um sentimento de vergonha em relação à vibradores: 34% das entrevistadas ficam desconfortáveis em ter um vibrador ao pensar que podem ser descobertas. Além disso, 22% não têm um vibrador ainda porque têm vergonha ou medo de comprar. “A masturbação feminina ainda é um assunto encoberto de dúvida, receio, vergonha e culpa. Em muitos casos, o bloqueio nasce na infância, aos 4 ou 5 anos, quando a menina passa por uma fase de descoberta do próprio corpo, logo censurada pelos pais.”
E se o vibrador ainda é tabu para muitas mulheres, introduzir o sex toy na rotina do casal se mostra uma barreira maior. “A inserção do vibrador na rotina do casal, principalmente em relações heterossexuais, ainda é motivo de tabu, já que ele é visto como competição e não complemento ao prazer dos dois”, afirma.
Nas relações homossexuais, os números melhoram um pouco. Enquanto 28% das mulheres heterossexuais sempre têm orgasmo durante a relação, esse número sobe para 37% para mulheres não-heterossexuais. “O sexo entre mulheres é mais uma troca. Parece uma prova de revezamento. Quando eu comecei a me relacionar com mulheres, passei a me explorar mais e descobri outras formas muito mais prazerosas do que a penetração”, conta uma das participantes do estudo.
Porém, mais do que reverberar a “ditadura do gozo”, é importante frisar que educação, conhecimento e troca são essenciais para melhorar o relacionamento com o próprio corpo e o auto prazer, assim como com parceirxs. Diálogo e respeito sempre!
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Escrito por Paula Jacob.
Matéria publicada no site da Glamour em Setembro de 2020.
Imagens de divulgação: Bruna Bento e Gabriel Cicconi