Para sempre
Histórias eróticas para mulheres livres. Se inspire e desperte a sua imaginação para sentir na intensidade que você deseja. Contos para gozar, se deleitar. Na vida, no quarto e na cama.
Recém separada de Catarina, Ana não esperava se envolver com ninguém por anos. Mas quando reencontra Marcela, uma amiga de amiga em um barzinho, ela não esperava que iria encontrar o seu primeiro amor platônico.
Quarta vez que tiro o batom vermelho dos meus lábios.
Eu olhava para o espelho e não em reconhecia. Os brincos dourados, a unha feita. Depois de quase um mês deitada no sofá, esperando que algo (ou alguém) me salvassem da dor que era não ter mais ela do meu lado, resolvi ser outra pessoa.
Até agora, não tava dando muito certo.
Os vestidos de paetê novos não combinavam comigo. O batom vermelho era quase uma alusão de uma versão minha que existiu no passado.
Quer saber? Foda-se.
Botei meu moletom de veludo dos anos 2000 e fui tomar uns drinks. Na cara, na coragem. Olhei no espelho do elevador as olheiras, o cansaço, mas o brilho no olho que cansava em não apagar dentro dos meus olhos amendoados. Essa sou eu.
Sentei no bar e pedi um on the rocks. Sem drink fresco pra provar alguma coisa pra alguém. Aliás, a última coisa que eu queria naquele momento era saber de relacionar com qualquer ser humano.
Até você me olhar do outro lado sala.
Lá vem merda - pensei alto. O barmen deu risada. Você deu um sorriso de canto de boca e levantou, caminhando em minha direção.
Saiu sentando do meu lado. E eu reconheci o seu cheiro - o mesmo cheiro de quando estudávamos nos ensino médio. Jasmim na sua mais pura forma.
Eu sabia que você recém tinha saído de um relacionamento. Um dono de uma academia de yoga. E cá estamos nessa dança de volta.
- Como você tá, Aninha? Faz tempo.
- Faz. Tô indo. E você?
- Ótima. Mari me contou o que aconteceu…
E vamos de assunto do término. Dei um longo gole.
- É. Mas já são águas passadas.
- Você sabe que estou aqui pra te ajudar.
Seu olhar era sincero, mas sua mão estava na minha coxa. Eu levantei o olhar e ri. Rimos. Era claro demais o que aconteceria. Dei um selinho rápido e você me puxou de volta. Era engraçado como mesmo depois de tantos anos, você sabia exatamente o que eu precisava. E eu sabia o que você queria.
Podia parecer rápido demais pro mundo lá fora. Mas eu e você sabíamos que mesmo depois de você se casar, eu me casar, de encontrarmos outros corpos, outros ritmos, sempre, sempre que nos encontrássemos, por algum acaso da vida, iriamos nos encaixar.
Sempre nos encaixamos.
Eu registrei que seu apartamento também estava diferente. Enquanto seus lábios passaram na minha nunca, olhava pra seu tapete de yoga encostado na sala. Você tinha mudado.
Mas seus beijos eram iguais.
Sua língua era igual.
O fervor e devoção pelo meu corpo, enquanto lambia minha buceta sem parar - até a última gota de prazer - era igual.
A gente não transava.
Fazíamos uma maratona.
De toques, de exclamações, de arfados, de lambidas.
Eu passei a mão nos seus cabelos curtos enquanto você pegava o vibrador na cabeceira. Eu sentia falta disso - a Marina não gostava que usássemos. Tinha um ciúmes desgraçado.
Mas você queria me ver gozar. Uma, duas, três vezes. Com suas mãos, com minhas mãos, com nossas mãos.
Caímos exaustas, cansadas, saciadas. Contentes. Você pegava a sua caixa de chocolate e sempre finalizava com um “um xêro”.
E que xêro.
...