Londres em Chamas
Histórias eróticas para mulheres livres. Se inspire e desperte a sua imaginação para sentir na intensidade que você deseja. Contos para gozar, se deleitar. Na vida, no quarto e na cama.
Na segunda semana de intercâmbio, Nana conhece Brit, uma inglesa que está na mesma aula de história da arte que ela. As duas têm que fazer um trabalho em grupo, e a CDF Ana só queria sentar e fazer o trabalho. Mas Brit tem outra ideia: Leva Nana para uma boate BDSM e a apresenta a um novo mundo.
- Você sabe que horas são?
- 11:30. Vamos almoçar?
- Vamos acabar isso...
A Brit era assim: sempre arrumava uma desculpa para fugir do trabalho em grupo. Eu queria acabar aquela merda, de uma vez por todas. Não tenho saco para procrastinação, como boa virginiana. Mas ela era uma ótima amiga: estava sempre presente comigo, em todos os momentos - e eu tentava segurar minha onda.
Ela que me acolheu quando eu sentei pela primeira vez naquela sala fria do departamento do London College of Art. Me sentia uma brasileira estranha no ninho e não conseguiria me aproximar de ninguém. Mas foi só cair minha bolsa no chão que vi o sorriso largo de Brit enquanto me ajudava a catar meus documentos de admissão.
Ela quebrava todos estereótipos de inglesa fria, distante: era super amigável, próxima e extrovertida. Ela achava graça conhecer uma brasileira introvertida.
Três semanas depois, estávamos ali nós duas quebrando a cabeça para entender o movimento Op Art e apresentar um trabalho digno para o Professor Binns. Eu teclava furiosamente meu laptop tentando acabar um slide quando ela colocou sua mão sob a minha:
- Nana, honey, já deu. Vamos nos divertir um pouco. Já olhou lá pra fora?
- Já e tá o mesmo céu nublado de sempre.
- Deixa de ser emburrada, my love! Já está escurecendo, vem que eu quero te apresentar um lugar que super vai te fazer bem.
Na última vez que ela mandou essa acabamos em pub tomando um pint de quase dois litros e meio.
-Não sei…
- Você me falou que é fã de The Cure, né? Deixa te contar: o lugar que eu vou te levar é onde eles tocaram pela primeira vez.
- Ok. Vamos!
- Como preciso te convencer pra fazer tudo!
- Mas você me ama...
20h, lá estava eu na frente do prédio da Brit com minha saia de couro preta pronta pro combate. Ela saiu da porta com um look engraçado: mesmo com o calor da noite de junho, ela estava com um sobretudo estilo Burberry.
- Tá frio, Brit?
-Tá calor. E daqui a pouco vai esquentar mais - ela disse, ajeitando seus cabelos azuis e dando uma piscadela.
Pegamos o metrô e fomos de Hackney, na região leste, para Camden Town - um dos bairros mais descolados, conhecido por sua cena alternativa. Descemos na estação e Brit me levou pra uma ruela escura, o vapor saindo do bueiro naquela noite quente de verão.
O sinal neon da boate reluzia. “Kittens”.
Interessante.
- Amiga, pra onde você está me levando?
- Você confia em mim?
- Hm. Acho que sim.
- Então. Mas deixa te falar: se você não gostar, me diz na hora que a gente sai correndo dali e finge que a gente nunca veio aqui. Podemos ir em Picadilly ver Harry Potter, Mary Poppins, Matilda, sei lá.
Pra onde ela me levou?
Isso atiçou minha curiosidade e eu entrei na sua frente, abrindo a porta acolchoada, à prova de som. Um ambiente escuro, com algumas estátuas de gatinhos douradas e pera aí… algemas penduradas?
- Brit, o quê…
Virei pra trás e ela tinha tirado o sobretudo. Um macacão de látex vinho abraçava todas as suas curvas. Dava pra ver tudo: mamilos, seus pelos pubianos, tudo.
Meus olhos se arregalaram:
- Brit, aqui é o que eu tô pensando?
Ela pegou nas mão e disse:
- Nana, relax. Quando você tava bêbada no dia do pint, você disse que sempre curtia livros de sadomasoquismo. Eu achei engraçado, porque pra mim, isso é um lifestyle. Nada mais justo que te apresentar a Kittens, a melhor boate de BDSM de Londres. Mas se você quiser que caímos fora, friend, a hora é agora.
Eu olhei para seus olhos sinceros e sabia que podia confiar. É verdade - eu sempre quis isso. Nos meus desejos mais secretos, me imaginava amarrada, estilo shibari. Me imaginava sendo dominada por vários homens e mulheres, me prendendo e me vendando.
Só de pensar, sentia que estava ficando molhada.
Resolvi assentir com a cabeça. Qual a chance disso acontecer de novo? Quase nula.
Vou aproveitar.
- Eu quero isso. Mas não sei por onde começo.
- Por isso que te trouxe aqui. A Kittens tem um darkroom para bondage leve. Nada muito forte, nenhum tapa, nenhum açoite, nada disso. Você diz sua palavra de segurança e na hora que falar, todo mundo para.
Eu disse que sim e ela deu um enorme sorriso. Depois de conversarmos com a hostess da boate, o darkroom estava pronto. Eu estava na frente da porta, ansiosa e excitada.
Brit apareceu com uma venda de veludo. Me deu um beijo na bochecha:
- Aproveita! E lembra da sua palavra de segurança, “borboleta”!
Senti a venda de veludo nos meus olhos e de repente, estava dentro do darkroom.
Com os pelos da minha nuca eriçados, andava no quarto e sentia um cheiro de jasmim misturado com couro. Enquanto andava, completamente sem enxergar, sentia plumas passarem pelas minhas pernas, meus braços e ombros.
Estava completamente arrepiada.
Conseguia perceber que tinham dois corpos, um na minha frente e outro atrás, me envolvendo. Estiquei a mão e coloquei a mão em seios firmes, em um sutiã de couro. A pessoa de trás, com sua voz grave, se inclinou e sussurrou no meu ouvido:
- Relax, baby.
Logo depois senti sua língua passar entre os contornos da minha orelha. Soltei um gemido, relaxando sob seu corpo, toda amolecida.
Me sentia segura. Envolvida. Não existiam problemas ali: apenas toques, plumas e sussurros gostosos.
A mulher na minha frente se ajoelhou e senti ela levantar minha saia, enquanto o homem explorava minha nuca, orelha e ombros.
Senti minha calcinha descendo e de repente, uma boca lambendo meus lábios da vulva. Quase caí no chão, mas os braços fortes do homem me seguravam.
Ela lambia com força toda minha buceta: lábios, clitóris, enfiava a língua na minha vagina. E quando eu estava prestes a gozar, o homem me apoiando falou:
- Stop.
Soltei um grunhido de protesto. Foram mais três rodadas daquela tortura deliciosa com ele falando para parar e eu comecei a sentir um crescente no meu ventre - uma onda incontrolável vindo me avassalar, talvez a maior que já tinha sentido.
Na quarta vez, ele não falou nada. E eu explodi na boca e rosto dela, minhas pernas bambas e meu rosto trêmulo, quente.
O homem me pegou no colo e me carregou até um sofá. Senti minha venda sendo tirada e vi pela primeira vez a mulher que me proporcionou aquele prazer. Ela estava sorrindo.
- Thank you… - foi tudo que consegui dizer.
- Espero te ver mais vezes.