Doce domingo
HISTÓRIAS ERÓTICAS PARA MULHERES LIVRES. SE INSPIRE E DESPERTE A SUA IMAGINAÇÃO PARA SENTIR NA INTENSIDADE QUE VOCÊ DESEJA. CONTOS PARA GOZAR, SE DELEITAR. NA VIDA, NO QUARTO E NA CAMA.
O convite para o banho de espuma foi a própria malícia. Nunca havíamos ficado sem roupa na frente uma da outra, mas, à medida que nossos beijos iam esquentando a cada ficada, sentia que era questão de tempo até que se descortinasse o segredo que as roupas guardavam sobre nossos corpos, curvas e marcas. Desejo não faltava: tinha vontade de despi-la inteira, inclusive de seu ar burguês ao me convidar para experimentar sua banheira com sais de banho. “Você vai ver o que vou fazer contigo nessa banheira...”, pensei e, em seguida, aceitei o convite.
Nossas preliminares começaram ainda na cozinha enquanto preparávamos comidinhas para relaxar: brigadeiro de colher, pãezinhos, caponata e um vinho para aquecer as coisas. Estávamos em um desses fins de domingo preguiçosos, no qual o fim de tarde dissolve todo o cansaço e enche nosso corpo do que resta da semana – preguicinha e prazer com o não fazer nada. E o combinado era o de vivermos exatamente esse momento juntas, um “dolce far niente” que nos prepararia para a semana intensa que viria pela frente.
Enquanto mexia a panela de brigadeiro, ela se aninhou em minhas costas, respirando em meu pescoço e me fazendo brotar arrepios com sua proximidade e o calor do fogão – ou do meu ventre, não deu pra saber de onde vinha. Senti minhas pernas ficarem absolutamente moles com aquele movimento, e, em seguida, ela prendeu meus cabelos para o alto, me fazendo um coque e beijando meu pescoço à mostra.
Retribuí esse contato por trás quando ela preparou a bandeja com as comidinhas salgadas e assisti, por cima de seus ombros, como era bonita e satisfatória a forma como se preocupava com a beleza da comida. A gente faz amor de muitas formas, não é mesmo? Uma delas é assim, nos detalhes, nas preliminares, na beleza que invocamos das coisas ao redor. E ali, envolvida em seu mundo de detalhes e coisas bonitas, esqueci minha primeira irritação com o convite e me entreguei ao seu ritmo.
Desci com as mãos por sua cintura e pela bunda, fazendo com que ela se empinasse de leve para trás e com que seu vestido subisse um pouco com esse movimento, deixando à mostra a calcinha nude de renda. Com uma das mãos, terminei de subir o vestido e, com a outra, deslizei os dedos como se ajeitasse a renda para, em seguida, puxá-la de volta para dentro da bunda, fazendo com que ela, naquele momento, se apoiasse na bancada por cima das comidas e se empinasse ainda mais, se oferecendo para mim.
E, assim, seu vestido ficou por ali mesmo na cozinha, onde também ela ganhou o primeiro beijo lá embaixo por cima da renda, de maneira que só afastei um pouquinho a calcinha com a boca para chupá-la. Com os cotovelos apoiados na bancada e sentada sobre o banquinho, jogando os quadris para frente, senti pela primeira vez seu gosto e a potência de seus gemidos, que ecoavam por uma casa vazia, toda para nós. Vazia de gente, cheia de nosso desejo.
Enquanto percorria a língua por seus lábios, ela me agarrava o máximo que podia; fazia com que meu rosto se enterrasse por entre suas pernas, me dando a sensação de que nada mais no mundo importava do que aquele momento. Ao nosso redor, as panelas e comidas assistiam com cumplicidade o prazer e deleite colorir uma cozinha já à meia-luz, com a aproximação do fim da tarde. E, com essa plateia, ela gozou, esfregando meu rosto com força em sua vulva e me agarrando ainda mais forte, como se estivesse se segurando naquela realidade momentânea de prazer.
Depois de se ajeitar e se localizar de volta no espaço-tempo, a primeira coisa que ela procurou, como boa taurina, foi o brigadeiro, que fica ainda mais gostoso depois de um orgasmo (e fica a dica, inclusive). Ainda sentada próxima à bancada, agora só de calcinha, ela começou a comer o doce direto no prato com a colher, e eu assistia maravilhada seu rosto corado e a cara de preguicinha que tinha agora, depois de se derramar inteira em mim. E, assim, seguimos, até ela lembrar que a banheira, àquela altura, já devia estar quase transbordando, já que começou a enchê-la logo que cheguei.
Quando fomos para o quarto, tirei a roupa em sua frente bem devagar, disfarçando uma certa insegurança, que foi totalmente quebrada pela sua fome ao partir para cima de mim e me ajudar entre beijos. O banheiro estava iluminado com um abajur no canto e velas, o que deixava o ambiente quase mágico. Ela ajeitou a espuma como pôde e entramos na água, fazendo com que nossos corpos fossem ainda mais submersos pelo quentinho e atmosfera de prazer: é que tudo ao nosso redor me comunicava afeto.
Meu ventre tornou a queimar de desejo quando tive contato com sua pele deslizante de água e espuma. E, sem me preocupar com script, fiz o que deu vontade: comecei a me esfregar por seu corpo, querendo ao máximo viver a sensação de nossos corpos molhados. Me sentei em seu colo e, de olhos fechados, comecei a me esfregar em sua coxa, buscando a mesma sensação que tenho em meus momentos de maior intimidade, me esfregando em meu travesseiro. Percebendo isso, ela se ajeitou, me oferecendo ainda mais seu colo, e me abraçou, segurando com uma das mãos meu peito como se fôssemos uma só nesse movimento – até que meu orgasmo também chegou, me transformando também na água que nos cercava ali.
— Agora é minha vez de comer brigadeiro — disse, ainda com a voz manhosa de quem tinha acabado de gozar, e ela riu se levantando, vestindo o roupão para ir na cozinha buscar o prato e a colher e fazendo com que vivêssemos a partir daquele instante, com as duas de corpo mole a doçura de não fazer nada: como todos os domingos deveriam ser.
E aí, o que você achou do conto de hoje? Assine a nossa newsletter de contos eróticos e receba toda sexta histórias para se deleitar no seu prazer.