Bi de balada

Toda vez que Dalia ia para balada era a mesma coisa. Bebia um pouco, dançava muito e terminava a noite beijando alguma garota. No dia seguinte, o roteiro se repetia sempre igual: dizia que tinha sido a bebida, que havia feito só por curtição e que gostava mesmo era “de homens com h maiúsculo”, seja lá o que isso significasse para ela. “Bi de balada”, a chamavam as amigas. Até que numa certa noite, antes mesmo que começasse a beber, Dalia viu Pietra no outro canto do balcão. Assim que o olhar das duas se encontrou ficou evidente que algo estava começando. 

Se aproximaram e começaram a conversar com a conhecida facilidade que todas as mulheres têm de se tornarem melhores amigas de totais estranhas. Acabaram passando a noite juntas, se divertindo, gritando ao pé do ouvido e se abraçando a cada acerto do DJ. 

Quando a madrugada foi dando lugar ao dia, Dalia percebeu que não queria que aquele momento acabasse. Decidiram comer um hot-dog na esquina. O problema é que isso as fez ganhar somente alguns minutos extras juntas. Optaram por irem caminhando até a estação de metrô mais próxima em vez de chamar um Uber. Quando estavam na frente da escada rolante da Consolação, Pietra verbalizou aquilo que Dalia estava se segurando para perguntar: “E se a gente fosse pra casa juntas?”. A resposta positiva veio acompanhada por um gesto de Dalia para que dessem as mãos e lançasse uma proposta: “vamos para minha”.

Tirar esse desejo do campo das ideias e torná-lo algo possível as aproximou. Flertaram o trajeto todo de um jeito que poderia ser confundido com pura demonstração de carinho, não fosse a obviedade da tensão sexual entre elas. 

Ao chegarem, Pietra pediu para tomar um banho. Queria se livrar do cheiro de pista de dança misturado à transpiração de quem estava excitada há horas. “Entra comigo”, propôs quando recebeu a toalha de Dalia.

Foi no chuveiro que trocaram o primeiro beijo. Diferentemente do que acontecia com outras garotas, aquele beijo não era apressado, nem seguido de risos forçados. Era devagar, eletrizante, leve, profundo e de se sentir pelo corpo inteiro. 

Pietra já tinha feito isso antes. Ou pelo menos esse era o pensamento que não deixava de ocorrer à Dalia. A forma como ela sabia fazer os corpos se encaixarem, entrelaçar as mãos e roçar as pernas de modo a estimular Dalia era impressionante. 

E assim, a garota que achava gostar de um único padrão, se deixou levar. Sentiu sua pele ser ensaboada sem pressa, aproveitou a forma como Pietra usava a ponta dos dedos para percorrer seus ombros e pescoço e não se constrangeu ao levar as mãos da nova amiga até sua vulva para que a masturbasse. Durante todo tempo, as duas se olhavam fixamente. Usavam isso não só como forma de descobrir se estavam acertando o caminho rumo ao gozo, mas porque era excitante ver o que provocavam uma na outra. 

Decidiram terminar o banho e seguir com o sexo no quarto. Queriam espaço, desejavam estar confortáveis, entregues, abertas à degustação. Deitaram-se com as cabeças opostas e iniciaram um 69 que merecia ser fotografado de tão poético o encaixe de seus corpos. 

Com pernas abertas e encostadas de lado na cama, beijaram vulvas, tocaram clitóris e usaram os dedos para carícias superficiais e instigantes, assim como para penetrações profundas até o ponto mais macio e quente do interior delas. Dalia teve medo de não conseguir gozar. Nunca havia feito nada parecido com outra mulher. Por sorte, foi corajosa o bastante para expressar isso em vez de soltar gemidos fingidos. Pietra propôs: “se você não gozar, eu também não gozo”. E completou: “mas deixa eu te mostrar o que sempre faz com que EU tenha orgasmo”.

Seguindo as instruções de Pietra, Dalia se deitou de barriga para baixo com as mãos em sua vulva. Pietra posicionou-se sobre ela e a abraçou por trás, encontrando com os dedos de Dalia. Juntas se masturbaram, ora do jeito que Dalia guiava, ora seguindo o ritmo de Pietra. Sem a pressão de que precisaria atingir o clímax, deitada ali em sua própria cama, com os olhos fechados e sentindo o peso do corpo de outra mulher protegendo-a, Dalia gozou até molhar os lençóis. Pietra pediu que invertessem as posições e foi a próxima a ter sua vulva massageada, esfregada no lençol molhado e, ao mesmo tempo, pela mão amolecida de Dalia até a chegada do gozo. Elas ainda experimentaram outras posições e novas formas de carícia sem o compromisso de ter ou não orgasmo, mas movidas pelo desejo de conhecer tanto aquele novo corpo quanto a dona que o habitava.

Nada mau para quem achava que “Bi de balada” fosse algo que existisse de fato. 

ESSE CONTO FOI ESCRITO POR MONIQUE DOS ANJOS.

Deixe o seu comentário

Todos os comentários são revisados antes da publicação.

Nossos Favoritos

O QUE ELAS DIZEM SOBRE O BULLET LILIT?

Entrega super rápida, embalagem cuidadosamente produzida, um cheirinho delicioso e um produto surpreende, já tive outros vibradores, mas nenhum com esse cuidado no acabamento, uma textura delicada, simplesmente PERFEITO! Já sou fã de carteirinha, até comprei um para minha melhor amiga.

Avaliação Anônima