Como gozar: conheça os diferentes tipos de orgasmo
Nós acreditamos que prazer e orgasmos são uma jornada para a vida - existe um território imenso para explorar - esteja você começando ou já tendo descoberto seu potencial multiorgástico. Se você nunca teve um orgasmo, ou se você tem dificuldade de ter um, não se preocupe. Não existe nada de errado com você!
É comum as pessoas com vulva terem dificuldade em ter orgasmo por uma variedade de razões: pela falta de educação sexual, passando pelas mensagens culturais e experiências sexuais negativas - e às vezes sem motivo aparente nenhum. Mas quanto mais você conhece seu corpo, mais confortável você fica e mais provável de você ter ótimos momentos sozinha ou com um parceiro - com ou sem clímax.
O prazer sexual, assim como toda arte, é a combinação da criatividade, dedicação, educação, prática e aprender com tentativa e erro. Um orgasmo não é um item para cruzar na sua checklist, especialmente porque o sexo orientado com metas faz o orgasmo ser menos provável para a maioria das pessoas. Siga o que te faz sentir bem - trabalhe a partir disso.
É sobre a jornada, não o destino - e a jornada pode te trazer caminhos incríveis.
Orgasmos clitorianos
Apesar do que você possa ter assistido nos filmes (ou pornografia), onde a “meteção” é tudo o que todo mundo precisa para gozar, 70% das pessoas com vulva afirmam precisam de estimulação clitoriana para ter um clímax. Cientificamente, todos os orgasmos tem a fonte clitoriana. E é por isso que o orgasmo clitoriano é visto como o orgasmo mais acessível - seja com a mão, com um vibrador, com estimulação oral ou com um chuveirinho.
Com mais de 8.000 terminações nervosas, o clitóris é a única parte do corpo que foi feita inteiramente para o prazer. Sua estrutura completa só foi descoberta recentemente, e mostrou para todos que não é um “botão” de liga e desliga - é um complexo clitoriano, um órgão interno que vai dos osso púbico até embaixo da vulva, e se curva ao entorno do canal vaginal e do ânus.
Na verdade, quando você toca em qualquer parte da genitália de uma pessoa com vulva, tem uma boa chance de você estar estimulando o clitóris. Tente mexer na pele acima dele (que retraí, assim como o capuz do pênis) para expor a glande.
Se você nunca teve um orgasmo mexendo diretamente no seu clitóris, tente estimular além da glande, esse capuz e seus lábios - debaixo deles ficam os seus bulbos vestibulares - o equivalente à próstata feminina.
Orgasmos Internos | Orgasmos do Ponto G
Nós ouvimos com frequência narrativas culturais prejudiciais que afirmam que a penetração é o objetivo da intimidade sexual, e muitas de nós acreditamos que tem algo de errado se não conseguirmos gozar só com penetração. Muitas pessoas nunca gozaram com penetração - cerca de 25% das pessoas com vulva tiveram orgasmos internos.
De novo: todos os orgasmos vem do complexo clitoriano. Embora exista a lenda do ponto G - que já desmistificamos neste artigo - o ponto G não é uma descoberta conclusiva e não existe em todas as mulheres. O ponto G não é um ponto: é um conjunto de glandes, tecido erétil e terminações nervosas localizadas na parte interna do canal vaginal. A sua anatomia e lugar são diferentes para todas nós - o que explica porque algumas nunca sentiram quase nenhuma estimulação.
Nossos tecidos internos são os últimos tecidos eréteis a responderem quando ficamos excitadas, e a estimulação deles não vai ser incrível a não ser que você já esteja bem excitada. Quando isso acontece, seus lábios ficam inchados e você pode sentir seu canal vaginal mais “cheio” e inchado que o normal.
Orgasmos cervicais
Agora nós entramos na polêmica de um grande mito: os orgasmos cervicais são reais? Eles são. Mas a maioria de nós já vivenciou eles? Talvez não. Mas eles valem a tentativa.
Seu cérvix é localizado no fundo do seu canal vaginal, e a profundidade da vagina varia de pessoa para pessoa. Algumas pessoas conseguem atingir o cérvix com os dedos, enquanto outras precisam de um vibrador ou um pênis de um parceiro para estimulá-lo. Quando você está em um estado avançado de excitação, seu útero faz um movimento chamado de “puxar” ou “sugar”. Isso significa que seu colo do útero é puxado para cima, o que expõe as terminações nervosas no local - a chave para o orgasmo cervical.
Os orgasmos cervicais só acontecem quando estamos extremamente excitadas, relaxadas e bem lubrificadas.
Orgasmos no ponto A
Essa região só foi descoberta em 1997. Conhecido como o ponto A, essa região fica no fundo do canal vaginal - perto do colo do útero. Um estudo mostrou que a estimulação nessa região aumenta a lubrificação vaginal e mais de um terço das participantes teve um orgasmo com a estimulação neste local. Uma posição fácil para alcançar o ponto A é dobrar os joelhos no peito.
Orgasmos anais
Sim, eles são reais. Os orgasmos anais são uma prova de como nosso prazer é complexo e interconectado. Algumas pessoas têm muitas terminações nervosas ao redor do ânus. O esfíncter anal é conectado com o sistema nervoso parassimpático, e o ânus tem conexões com o complexo do clitóris, vulva e vagina. Você consegue ter um orgasmo com todo o corpo - com carinho, paciência e muito - muito lubrificante. E como o ânus e o clitóris são conectados, tente combinar a estimulação conjunta da glande clitoriana com a anal - e veja o que acontece.
Orgasmos através da estimulação dos mamilos
O Kama Sutra têm muito material sobre os seios e sexo - e com um bom motivo. Um estudo mostrou que a estimulação dos mamilos pode ativar o córtex sensorial genital, a área do cérebro que responde à estimulação da genitália - mais uma evidência de que nossas partes íntimas não são tão separadas quanto pensamos. Algumas pessoas podem ter orgasmos só com a estimulação dos mamilos, incluindo muitas pessoas com deficiência com a sensibilidade reduzida abaixo da cintura.
Embora os orgasmos dos mamilos sejam raros, é legal prestar atenção e dar o devido cuidado e carinho às terminações nervosas do mamilo. A estimulação do mamilo produz ocitocina - o que aumenta os sentimentos de amor e troca.
Orgasmos sonhando
Os “sonhos molhados” não são só para adolescentes. O cérebro é o maior órgão sexual e não deveria ser nenhuma surpresa que algumas pessoas conseguem ter orgasmos dormindo. Os sonhos podem ser bem reais, então o cérebro às vezes não consegue diferenciar o que é um toque físico real e as experiências do seu subconsciente dormindo.
Na verdade, algumas pessoas afirmam só conseguir ter orgasmos durante o sono. Se essa é a melhor maneira de você gozar, explore todas as alternativas. Você pode examinar seus sonhos mantendo um diário e documentando o que te dá tesão enquanto dorme - e explorando todos esses aspectos quando está acordada.
Devagar e sempre
O que nós aprendemos? Que a vulva, a vagina, o cérebro e todo nosso corpo podem contribuir para orgasmos incríveis. Falamos sobre regiões, pontos e anatomia - mas devemos lembrar que cada corpo é diferente e único, e a melhor forma de saber o que você gosta e quais são os lugares que mais te dão prazer é praticando - sozinha ou acompanhada.
Escrito por Foria Team. Tradução livre de artigo publicado originalmente no Foria Wellness. Leia artigo original.
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1 comentário
Ótimo conteúdo.