A maternidade é uma expressão da nossa sexualidade
Não retomamos a vida sexual no pós parto, a verdade é que nunca a abandonamos. A maternidade é uma expressão da nossa sexualidade.
A nossa sexualidade não está presente apenas no momento da concepção ou nas tentativas muitas vezes fracassadas de ter algum momento de intimidade prazeroso com a parceria no puerpério. A verdade é que poucas experiências nos aproximam tanto da nossa sexualidade como a maternidade.
Isso porque a nossa sexualidade está repleta de fatos e experiências sexuais que vão além do sexo. Todos os estágios do maternar são conectados com a nossa sexualidade. Seja na concepção, na gestação, no parto, na amamentação, no puerpério ou até mesmo na criação de vínculo e cuidado que transborda desejo intenso com a cria mesmo em famílias e mães que não gestaram ou amamentaram.
A quem nos interessa nos despedaçar em partes e distanciá-las? Colocando a maternidade aqui, a vida sexual acolá. Como se a nossa sexualidade fosse pecaminosa, motivo de vergonha e digna de esquecimento. Enquanto a maternidade é colocada no outro extremo, fantasiada como a missão natural e santificada do feminino.
A nossa sexualidade é sobre quem a gente é, sobre a intensidade que vivemos e expressamos nossos desejos, impulsos. E não há nada mais transformador nesse aspecto do que a maternidade.
Que nesse dia das mães sejamos mais livres e tenhamos o apoio necessário para mergulhar nas nossas águas mais profundas e nos permitirmos transbordar na intensidade que desejamos.
A escrita desse breve relato, assim como as minhas últimas tentativas de sexo, foi interrompida 8 vezes pelas minhas pequenas e mais importantes realizações sexuais: os meus filhos. Cora e Bento de 3 meses de vida.
Escrito por Marilia Ponte
Marilia tem 29 anos, mãe da Cora e do Bento e tem a missão de ajudar as mulheres a desfrutarem de uma intimidade mais livre, prazerosa e saudável na Feel & Lilit.