Não Posso Fazer Isso (Capítulo 7)

HISTÓRIAS ERÓTICAS PARA MULHERES LIVRES. SE INSPIRE E DESPERTE A SUA IMAGINAÇÃO PARA SENTIR NA INTENSIDADE QUE VOCÊ DESEJA. CONTOS PARA GOZAR, SE DELEITAR. NA VIDA, NO QUARTO E NA CAMA.

 

O sono não veio facilmente naquela noite. A lua estava nova, e a escuridão era absoluta no quarto de Ewan. Ele havia estado com Saoirse naquela cama pouco tempo antes, e agora ela pertencia a outro homem. Ele fechou as mãos em punhos, pensando no rosto de Dougal naquela noite no festival de Beltane. Dougal agiu como se tivesse direito a Saoirse, como se conhecesse sua família tão bem. Era nauseante pensar nela com outro homem. Seu estômago revirava ao imaginar essa situação. Saoirse praticamente lhe garantiu que só o queria—e agora esse homem estava conversando com o pai dela como se Saoirse já fosse dele.

Nas primeiras horas da manhã, o sono finalmente o alcançou. Foi um descanso agitado, cheio de sonhos com Saoirse. O corpo dela estava ao lado do dele, seus membros entrelaçados naquela mesma cama. Em seu sonho, ele a beijava, seus lábios se encontravam, pouco antes dela desaparecer de suas mãos.

Quando ele acordou ao som do velho galo, que gostava tanto de Saoirse, estava ofegante. O sol começava a nascer, o céu claro e azul lá fora. Apesar de todos os sentimentos que pesavam em sua mente, havia trabalho a ser feito. Ele se levantou e vestiu suas calças de trabalho e a camisa simples que usava para suas tarefas na fazenda. Ele se olhou de relance no reflexo da janela. Parecia exausto, desgastado, o cabelo bagunçado de tanto se virar e revirar durante o sono. O trabalho na fazenda o tinha deixado mais magro na cintura, musculoso nos quadris e coxas, e largo no peito. Era uma combinação estranha—ele podia ver o quanto havia evoluído desde que escolheu essa vida em Kildarroch e a profundidade de sua tristeza por perder Saoirse.

Ao sair para fazer suas rondas matinais alimentando os animais, ele se repreendeu. Saoirse nunca foi realmente dele—era algo que ele precisava aceitar se quisesse manter Kildarroch funcionando. A fazenda tinha que ser sua prioridade.

Por volta do meio-dia, ele deu uma volta pelos limites mais distantes da fazenda. Encontrou uma árvore velha e retorcida que despertou suas lembranças. Quando ele e Saoirse eram pequenos, costumavam se encontrar naquela árvore, subindo em seus galhos e conversando por horas. Ele sorriu, aproximando-se da árvore e tocando seus galhos envelhecidos. Metade da árvore estava morta há muito tempo. A outra metade ainda prosperava, verde com as folhas de verão.

O peso de seus sentimentos era esmagador enquanto ele se lembrava dos longos dias que passou com Saoirse ali, subindo na árvore e correndo para nadar no riacho. Ele se sentou ao lado da velha árvore, encostando-se a ela e fechando os olhos.

"Saoirse," ele murmurou, passando os dedos pelo cabelo escuro. "Saoirse, o que você fez?" Tudo o que ele podia ouvir era o som do riacho ao longe, os pássaros cantando, o vento sussurrando pelos galhos. Saoirse não podia responder, não podia lhe dizer que tudo ficaria bem. Ele adormeceu, deixando os sons do riacho embalar seu sono tão necessário.

Ewan passou seus dias como de costume—cuidando da fazenda e preparando Kildarroch para o verão. Era mais difícil sem Saoirse. A essa altura da estação, não era sua competência ou expertise que ele desejava—ele havia mais do que aprendido a trabalhar a fazenda sozinho, produzindo uma colheita sólida de vegetais de verão e mantendo seu gado feliz e bem alimentado. O próprio Ewan havia ganhado mais músculos, e ele se adaptou à vida diária de fazendeiro como se sempre tivesse sido destinado a isso. Ele devia parte desse sucesso a Saoirse, certamente. Mas, mais do que isso, ele simplesmente sentia falta dela. Sentia falta da doçura de seus lábios, do toque de sua pele macia sob suas mãos, da forma como seus olhos se fechavam quando ela estava perdida em prazer. Sentia falta do humor e da sagacidade afiada dela, do jeito que ela ria quando ele a provocava. Sentia falta de todas as partes dela que ela havia dado a ele.

Mas, no mês seguinte, ela não voltou à fazenda. Ele deduziu que era por causa do noivado—agora que ela estava prometida a um homem rico, seria indecente ela trabalhar na fazenda Kildarroch, passando seus dias na companhia de um homem solteiro.

Ansiando por algum tipo de conexão com Saoirse, Ewan retornou à árvore deles todas as tardes. Era o único momento em que ele se permitia focar em Saoirse. Sim, ele sentia falta dela todos os dias, mas raramente se dava tempo para realmente lamentar sua ausência. Mas naquela árvore, ele se sentava e imaginava ela, permitindo-se pensar no amor que eles nunca teriam de verdade.

Num dia de pleno verão, ele seguiu com suas tarefas matinais como de costume, cuidando dos animais e levando água para suas plantações. Depois, seguiu o caminho até a velha árvore. Isso havia se tornado sua tradição, e aquela tarde era igual a qualquer outra. Ele se sentou ao lado da árvore, deixando os olhos se fecharem e as costas se apoiarem na casca áspera.

"Saoirse," ele murmurou. Ele se permitia dizer o nome dela, como fazia todas as tardes. Pensou no hidromel que eles costumavam compartilhar na primavera, como os lábios dela ficavam rosados e convidativos depois de um gole. Era um pensamento normal para ele ter em um dia como aquele—mas hoje, ao se permitir pensar nela, ele ouviu um farfalhar do outro lado do riacho. Quando ele abriu os olhos, esperava ver um cervo jovem ou um coelho. Em vez disso, ele viu cabelos vermelhos flamejantes e saias de cor creme.

Ele piscou forte, tentando afastar a visão de Saoirse. Tinha que ser um sonho—mas a visão permaneceu, e ela levantou ligeiramente as saias enquanto cruzava as pedras no riacho. Quando ela o avistou, quase tropeçou para trás. Ela se segurou ao pisar na última pedra, seu olhar preso em Ewan.

"Ewan. Eu…eu não pensei que encontraria alguém aqui."

Ele se levantou, limpando as calças. "Eu não pensei que veria ninguém aqui. Mas é o lugar onde costumávamos nos encontrar, não é?"

"É sim." Ela lhe deu um meio sorriso e avançou. "Você se importa se eu sentar um pouco? Estava procurando um lugar para pensar."

Seu coração bateu forte no peito, o sangue pulsando em seus ouvidos. Ele pensou em dizer a ela para ir embora—mas uma grande parte dele queria que ela ficasse. Mesmo que ele não pudesse tocá-la, ele poderia ouvir sua voz. "Sim. É um bom lugar para pensar."

Ele gesticulou para o espaço onde ele estava sentado. Sempre havia sido grande o suficiente para os dois quando se encontravam ali na adolescência.

"Agradeço. Sei que é na sua terra. E fui negligente em não vir vê-lo e ajudar na fazenda."

Ewan a observou se aproximar, hipnotizado. O cabelo dela estava preso em um coque, cachos soltos ao redor do rosto capturando a luz do sol filtrada, seus olhos azuis profundos presos aos dele. "Não tem problema. Sempre há espaço para você aqui."

"Tão cavalheiro," ela disse, com a voz levemente provocativa. "Vamos nos sentar?"

Eles se sentaram junto à árvore, uma quantidade adequada de espaço entre eles. Algo na linguagem corporal de Saoirse sugeria que ele poderia envolvê-la em seus braços, como havia feito antes. Mas Ewan era um homem de honra, não do tipo que tomaria a esposa de outro homem.

"É bom ver você," ele disse suavemente. Ele manteve os olhos na floresta à sua frente, desviando o olhar do rosto adorável dela. Ele sentia que, se olhasse nos olhos dela por muito tempo, poderia se perder, poderia fazer algo de que se arrependeria.

"Eu teria vindo aqui mais cedo se soubesse que poderia encontrá-lo. Sei que faz algum tempo."

"Eu teria pensado que você não gostaria de me ver," Ewan disse, ainda olhando para a frente.

"Eu quero. Eu realmente quero ver você. Muito. Estive ocupada com tudo. Minha mãe está doente, e a temporada de casamentos tem ocupado muito do meu tempo."

"Sim," ele disse, com a garganta apertada. "Imagino que sim." Temporada de casamentos. O pensamento enviou uma dor ao centro de seu peito. Ele mal conseguia suportar ouvi-la dizer essas palavras. Mas ele era forte. Ele poderia suportar essa única conversa. Se essa fosse a última vez que a visse como uma mulher solteira, queria deixar uma boa impressão.

"Eu realmente quero voltar, sabe."

Ele sentiu um leve toque em seu braço e se virou para vê-la o olhando, com a mão em seu antebraço. Ele sabia que deveria se afastar, deveria fazer qualquer coisa para evitar um toque entre eles. Mas não podia. "Eu não acho que isso seria uma boa ideia. Não com todas as suas…obrigações. E planos."

Saoirse franziu a testa. "Eu sei que tenho muitas obrigações, Ewan. É verdade que minha família precisa de mim. Mas eu quero ver você. Eu quero estar em Kildarroch novamente, mesmo que isso signifique ir contra os desejos do meu pai."

Ela estava perto o suficiente para ser tocada, perto o suficiente para ser beijada. Havia um calor irradiando das pontas dos dedos dela. Ele se manteve imóvel. "Eu não posso fazer isso, Saoirse. Não com você."

"E por que não? Eu estava aqui todos os dias antes. Posso conversar com meus pais, dizer a eles que é aqui que quero estar. Posso fazer algum tipo de arranjo-"

"É demais, Saoirse, estar perto de você. Eu sei que sou um homem que não pode te dar o tipo de vida que você quer."

"Isso não é verdade." Ela afastou a mão. "Você sabe que isso não é verdade. Eu fui mais feliz aqui do que fui em anos."

"Felicidade não é tudo. Eu sei que não posso te dar o tipo de riqueza que outro homem poderia."

"Wealth is not everything." A voz de Saoirse falhou. "Senti sua falta—"

"Não é realista, Saoirse. Não podemos continuar com isso em segredo." Ewan se levantou.

"Então deixe-me conversar com meus pais," Saoirse disse, levantando-se. Sua voz estava desesperada agora. "Deixe-me pedir a eles se posso estar aqui. Se posso ter algum tipo de arranjo. Talvez depois que a temporada de casamentos terminar—"

Ewan imaginou—Saoirse, uma mulher casada, vindo visitá-lo em Kildarroch, trabalhando na fazenda enquanto se afastava do marido. Ela não podia estar falando sério. "Eu não posso fazer isso, Saoirse."

Saoirse estendeu a mão novamente, mas Ewan se afastou, seguindo o caminho que levava de volta à fazenda.

"Por favor, Ewan. Eu vim aqui para pensar hoje, pensar em todas as coisas que quero e preciso na minha vida. E você é uma das coisas que eu preciso. O que conversamos antes—realmente namorar—talvez eu pudesse persuadir meus pais-"

Ele não poderia pedir a ela para romper seu noivado. Ele nunca se perdoaria.

"Você não pode. Eu não posso te dar o que você merece. Você estaria mais bem servida com uma vida confortável. Adeus, Saoirse."

"Ewan, por favor—-"

Ewan, com uma dor no centro do peito, começou a voltar para a fazenda. Era uma coisa pesada, deixar Saoirse para trás. Mas era o melhor para ela—e ele só queria o que era melhor.

Próximo Capítulo...

A irmã de Saoirse, Mary, vai até a fazenda com notícias que mudam tudo...

 

Tradução livre de podcast publicado originalmente no Dipsea.

 

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