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A sociedade secreta do sexo é melhor do que te contaram

Histórias eróticas para mulheres livres. Se inspire e desperte a sua imaginação para sentir na intensidade que você deseja. Contos para gozar, se deleitar. Na vida, no quarto e na cama.

Duas horas e seis minutos. Esse foi o tempo que nosso trem levou para percorrer o trajeto de Paris até Bordeaux e a duração da minha troca de olhares com o viajante mais sexy e atrevido com quem já cruzei.

Nós dois estávamos acompanhados. Eu pelo meu namorado e ele por uma garota de olhos grudados na janela e semblante de quem preferia qualquer companhia a não ser aquela ao lado. 

Mas, por favor, não me levem a mal. Não cobiço homens alheios, muito menos tenho o costume de flertar com desconhecidos. Isso porque, apesar do meu namorado me incentivar a aceitar meus desejos sem pudores, entro em pânico só de imaginá-lo paquerando outras pessoas. Justamente por isso vivemos em um relacionamento monogâmico. Por uma mistura entre medo e ciúmes, sempre achei mais seguro que tivéssemos olhos só um para o outro.  

Porém aquela viagem tinha um astral diferente. Durante mais de um ano, nós dois economizamos grana, recusamos convites para festas caras e não trocamos presentes. Tudo para poder realizar uma fantasia de longa data. E não estou falando sobre viajar até a França.

 

 

A ideia perfeita, no momento ideal

Em 2020, antes da pandemia, uma amiga nos presenteou com um livro a respeito de uma sociedade secreta do sexo. Ficamos obcecados em fazer parte desse universo descrito como a reinvenção – ou seria a origem? – das tradicionais festas de swing. O autor dizia que os eventos aconteciam sazonalmente em diferentes países, com convidados mascarados vestidos à rigor, música orquestral, torres de champanhe e sexo ocorrendo entre móveis luxuosos e participantes extravagantes. 

Curiosos e excitados pelos relatos, passamos a nos imaginar nesse cenário. Cada vez íamos aprimorando os detalhes de como seria e o que faríamos, a ideia ia parecendo menos impossível. Até que um dia, assistindo à Netflix entediados, decidimos sair da suposição e nos arriscar de fato. Pensávamos que, se fossemos desbravar festas liberais, nada melhor do que fazê-lo a milhares de quilômetros de distância de casa. 

Segundo o livro, os temas iam desde Renascença até performance com cordas em alusão ao Shibari. Para ser aprovado era preciso não só responder a um longo questionário sobre estilo de vida como enviar fotos, a verdadeira prova de fogo. Os integrantes pagam uma taxa anual em euros, sem contar o valor para entrar nas festas e alugar os trajes. Apesar de absurdamente elitista (para não dizer burguês) e arbitrário, colocamos nossa militância de lado e comemoramos animadamente o fato de termos sidos aprovados. 

Apesar das fotos não mostrarem muito dos nossos rostos, receber o aval deles nos fez sentirmos desejados. Foi um banho de autoestima e uma massagem e tanto no ego.

Escrevo esse relato já de volta à nossa casa. Ainda sinto frio na barriga ao lembrar dos detalhes e me pego suspirando com o pensamento de que consegui suprir as expectativas mais loucas em uma única noite.

Como vocês se lembram, a viagem começou muito bem, com trocas intensas de olhares e uma piscada final no desembarque dele. Confesso que aquela coragem em mostrar o que ele desejava me desconcertou.

Primeiras impressões

Chegamos com dois dias de antecedência. O local seria informado uma hora antes da festa – por email. Além das instruções, uma senha obrigatória seria enviada para liberar nossa entrada. 

O hotel ficava em um pequeno prédio histórico de três andares próximo a uma charmosa praça com carrossel de Bordeaux. Sem elevador, tive a sensação de que usei minhas últimas forças para chegar até a suíte com varanda estreita e cortina de linho. Meu namorado falou sobre ter notado o passageiro que me paquerou. Para ele, saber que eu era desejada por outros homens só comprovava o bom gosto que ele tinha.

Depois de longas 48 horas, a esperada noite chegou. Recebemos a senha ,“96”, e fomos para o endereço informado. Estranhamos o fato de que o lugar era um restaurante escondido em uma rua vazia. Entramos receosos, passando por mesas de pessoas jantando incógnitas e fomos até o caixa ao fundo. “Boa noite. 96”, dissemos em inglês. Para nosso desespero, a proprietária disse algo incompreensível em francês. “96”, repetimos.  Mas nada dela entender. 

Eu estava a ponto de desistir, imaginando que tínhamos sido enganados e que a qualquer momento alguém apareceria com uma faca de açougueiro para roubar nossos rins. Meu namorado riu da minha teoria e teve uma ideia brilhante. Pesquisou no Google como dizer a mesma senha em francês e voilà. Ela acenou como quem, por fim, havia nos compreendido e nos deixou passar para trás do balcão. 

Descemos uma escada mal iluminada com incontáveis degraus e espremida por paredes frias e úmidas. Pouco a pouco o caminho começou a clarear e ouvimos uma música clássica ao fundo. Finalmente estávamos lá. 

O tema era teatro no século XIX, seja lá o que isso significasse. Estávamos, ele de smoking e eu com um vestido longo rosa envelhecido de rendas, com cara de anos 1920, mas quem ali estava preocupado com a roupa? Seguindo as instruções, todos estavam de máscaras que cobriam parte do rosto, a fim de preservar a identidade. 

Bebemos, dançamos, mas com medo de sermos abordados em francês, mal olhamos ao redor. Em certo momento, cansada de circular na tentativa de ser vista, sentei-me no que achei ser uma poltrona em um canto escuro. Assim que toquei no encosto e suspirei pelo alívio que meus pés sentiram, percebi duas luzes spot se acenderam sobre minha cabeça como holofotes.

Eu estava sentada no que parecia ser a imitação do trono de um camarote dos reis. Fiz menção de levantar-me, mas a mão suave de uma das funcionárias me convidou a seguir onde estava.

A reviravolta

De repente, uma fila se formou diante de mim. Contei pelo menos 20 pessoas entre homens e mulheres. A mesma funcionaria se aproximou e tirou meus sapatos. Eu seguia atônita. Procurei meu namorado na multidão e o encontrei com um sorriso no rosto e fazendo sinal de joinha com as duas mãos. O que quer estivesse por vir tinha a aprovação dele. 

A primeira pessoa da fila se ajoelhou e beijou meus pés. Só isso. Um beijo em cada um. A segunda acariciou meus tornozelos e os massageou. A terceira da fila, uma mulher, chupou cada um dos meus dedos com sua boca úmida e quente, deixando marcas de batom vermelho. Levei minutos até entender o que estava acontecendo. Nunca imaginei sentir tesão nos pés, mas aparentemente esse era o caso daquelas pessoas todas. E tenho que admitir que gostei. Tanto a ponto de sentir minha roupa íntima molhar de tanta excitação.

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De repente, um toque diferente. A pessoa que estava a minha frente segurou meus dois pés e percorreu os vãos entre os dedos com a língua de um jeito extremamente irresistível. Quanto mais ele movia a boca para não deixar escapar nada, mais eu me revirava no assento, me segurando para não me tocar e gozar ali mesmo, na frente daquelas pessoas todas. Esse pensamento me fez lembrar justamente disso.

Eu estava sendo observada. Por muitos participantes. Achei excitante e libertador saber que ninguém me conhecia. Logo, a pessoa que me acariciou com mais capricho nos pés fez menção de se levantar, mas não sem antes levantar a máscara e piscar para mim.  Era o passageiro misterioso! Mas como? O que estava acontecendo? Quem era ele? Fui inundada por perguntas. Mas o tesão falou mais alto. Segurei-o pela mão para que ficasse.

Ele sorriu mais uma vez. Abriu minhas pernas, entrou por baixo do meu vestido e me chupou por cima da lingerie. Quando minha calcinha estava encharcada numa mistura de saliva e fluídos, ele afastou a peça e sugou meu clitóris. Não o fazia com força exagerada, mas tinha a pressão certa para eu sentir arrepios na espinha. Foi impossível me controlar. Eu queria que aquele momento durasse uma eternidade, mas meu corpo não soube esperar. Ele me penetrou com dois dedos enquanto ainda usava a boca para brincar com minha vulva e grandes lábios. Rapidamente senti uma onda que começava nas extremidades e subia pelas pernas, até culminar em um estouro na boca dele. 

As pessoas já não estavam mais em fila. Tinham se espalhado ao redor buscando elas mesmas serem fonte de prazer ou de entrega. Meu namorado se masturbou até gozar, enquanto me via fazer o mesmo com um estranho entre as pernas. Ao perceber que relaxei os músculos do corpo todo e passei a respirar ofegantemente, o viajante secreto saiu do meu vestido, se aproximou do meu ouvido e disse: See you soon. “Te vejo em breve”. A noite não terminou por ali. Ainda pude ver meu namorado realizar o desejo dele de participar de um ménage com um casal. Fui convidada a participar, mas nada superaria aquele encontro anterior. Preferi assistir enquanto recobrava os sentidos. 

Faz quatro semanas que voltamos de viagem e ainda me sinto presa nessa mensagem que ele deixou “see you soon”. Recebi uma mensagem privada no aplicativo da Sociedade Secreta perguntando se eu havia chegado bem em casa. Estou com medo de responder e descobrir que não era dele a mensagem. Mas... e se for?

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Esse conto foi escrito por MONIQUE DOS ANJOS.
Mulher negra com as mãos no pescoço
Monique dos Anjos é jornalista, consultora de diversidade e há vinte anos escreve sobre o universo feminino, sexualidade e comportamento. Quando não está às voltas com seus três filhos e marido, produz contos eróticos que misturam narrativas envolventes, descrições sensoriais e mulheres com corpos, desejos e expectativas reais. Confira seu projeto de contos eróticos, o Contos Erógenos.


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