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A entrevista

Histórias eróticas para mulheres livres. Se inspire e desperte a sua imaginação para sentir na intensidade que você deseja. Contos para gozar, se deleitar. Na vida, no quarto e na cama.

 Malcom é dono de uma marca de moda de prestígio. O orgulhoso designer nunca achou que baixaria sua guarda para a jornalista que fez a matéria. Mas era Nina - sua antiga amiga de faculdade. O que pode acontecer? 

- Porra, como devo fazer meu trabalho? Devo te colocar em todos os meus desfiles e dar roupas se eles me fizerem favores?

- Olha, eu entendo. Mas você sabe, eu não teria marcado se não achasse que era uma jogada esperta.

- Mas nós concordamos, sem mais entrevistas.

- Sim. Mas se fazer de difícil não vai te ajudar. Você sabe quantas pessoas pediram para te entrevistar nas últimas 24 horas? 

- Eu quero me concentrar em mudar a essa versão que a mídia acha que eu sou. Eu não sou assim. 

- Eu entendo. Realmente entendo. Mas eu já trabalhei com o pessoal desta revista antes e eles são diferentes. Quero dizer, eles são honestos. A editora tem um coração enorme. Nina Vasquez. 

- O quê? Você a conhece.

- Conheço. Fomos amigas na escola. 

- Então tá. Ela pode ser. Por acaso, também estudei com ela na faculdade. 

- Isso significa que você vai realmente se abrir com ela? 

- Tá. Vou. Vou tentar, pelo menos.  

- Então ótimo! Me liga depois pra me dizer como foi.

Me encostei na pia e abri a torneira com força. Me olhei no espelho e borrifei a água na minha cara, tentando não pensar na Nina, como ela me veria depois de todos esses anos. Respirei fundo.

- Você está confiante. Apenas seja você. Seja real. E respire. Apenas respire.

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Entrei na sala e ela sorriu para mim:

- Opa! Entra. 

- Bom te ver!

- Faz muito tempo. 

- Sim. Escuta, me disseram que você só tem uma hora. Quer começar a entrevista logo? 

A Nina não tinha mudado. Ela ainda tinha o mesmo olhar penetrante de anos atrás. Ela estava no meio do meu estúdio. O sol batia na claraboia e nas colunas e ela olhava para tudo sem falar nada.

O seu casaco estava dobrado no seu braço como se ela não estivesse tentando ficar confortável demais. Ela olhava para as araras de roupas da nova coleção e anotava. O silêncio perdurava entre nós. Antes de eu falar, eu comecei a calcular as palavras na minha cabeça, pensando com calma antes de falar. Tentando achar a palavra mal dita antes dela achar. 

- Pronto para começar?

- Claro, senta aqui no sofá. 

- Se importa se eu gravar? 

- Sem problemas. 

- Ok. Da última vez que seu nome saiu nas notícias, foi porque teve uma briga com seus stylists. O que aconteceu? 

- Eles não fizeram a pesquisa deles. E descobriram que nossos designs têm ativismo político. E então resolvi demiti-los.

- Você se descreve como alguém que cria controvérsias? Ou as controvérsias te seguem?  

- Haha, você acha que é assim?

- Bom, pelo que me lembro, e corrija se eu estiver errada, você sempre foi uma pessoa intensa. Obstinada e teimosa com suas visões. 

- Pode-se dizer que sim. 

- Seu último desfile foi aberto para o público, mas porque você não abriu para a imprensa? Você tem medo de perder o controle da sua imagem? 

- Não. 

- Então tá. Você estava preocupado que seu relacionamento com a imprensa iria impactar no sucesso da sua coleção? 

- Nossa, você não tá segurando nenhuma pergunta mesmo né?

- E você? Está segurando alguma resposta? 

- Porque eu faria isso? 

Respirei fundo.

- Te respondendo, eu sei o tipo de pessoa que é meu público.

- Você não acha que está reforçando a exclusão do mundo da moda? 

- Eu sei qual é a minha missão. E o que eu defendo. A imprensa pode aceitar ou surtar, não faz diferença. 

- Então pra que essa entrevista? 

Ela cruzou as pernas. Os dedos batendo no notebook. Vi um sorriso se formar na sua boca. Como se estivesse me desafiando. Tem anos que eu não vejo essa expressão no seu rosto. Eu não deixaria barato. 

- Como você gostaria que eu respondesse isso?

- Verdadeiramente. 

- Você costumava odiar fazer perguntas como essa. Lembro de você criando arte ao invés de escrever sobre ela.

- Mas a entrevista não é sobre mim. Então Malcom, não tem como negar seu talento. Mas como você enxerga a sua loja nova de Los Angeles? 

- Você se lembra do nosso estágio em Los Angeles? 

- Malcolm, fiz uma pergunta, não é pra relembrar o passado…

- Nós chegamos muito tarde no hotel e você tava batendo na minha porta. Eu lembro de você falar como você estava com fome e eu precisava achar algo pra comer naquela hora. Era tipo 3 da manhã. Eu lembro da gente comprando birita barata na vendinha da esquina. Do seu colega de quarto puto. De você comendo jujuba e bebendo champanhe de canudinho. Eu lembro que quase nos beijamos aquela noite. 

- Eu ainda estou gravando, e você ainda não respondeu minha pergunta. 

- Então pare a gravação. 

Ele apertou o pause no meu gravador. Eu olhei para seu rosto. Ele me olhava com calma. 

- Porque eu estou aqui, Malcom? Porque você me chamou para seu mundo secreto? 

- Nós sempre confiamos um no outro, não é? Nós podíamos fazer isso. E eu sei que você é a pessoa certa para divulgar essa coleção. Eu quero que você alcance as pessoas certas. 

- Eu quero fazer isso. Mas você tem que me ajudar. 

- Como? 

O espaço entre nós estava fechando. Eu coloquei minha mão na nuca dela. Ela abriu um sorriso largo. Como eu esperava isso. 

- Quantos anos eu imaginei isso aqui. 

Eu fiquei de joelhos e baixei sua calcinha para seus tornozelos. Comecei a passar a mão por sua vulva. Enfiei minha boca de uma vez, testando diferentes pressões. Lambia com calma. 

- Tire suas calças. 

Coloquei a camisinha do meu bolso e ela deitou no sofá. Eu passei meu pau por toda sua vulva molhada até meter, devagarinho. Mais fundo e mais fundo.

- Isso… vai… 

Eu comecei a beijar seus mamilos por cima do seu sutiã. Via sua expressão de puro prazer enquanto acelerava as estocadas. 

- Ai!!!

Ela apertou meu pau e senti ela gozar. Eu não aguentei aquela buceta apertada e gozei junto.

Sentia sua respiração se acalmar por baixo de mim.

- Vamos beber aquela champagne da noite em LA? - ela não parava de surpreender.

- É assim que velhos amigos se reencontram. 

- Mas eu ainda preciso da entrevista!

 

 

Tradução livre de conto do Dipsea. Escute o conto original. 

...

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