Submissa – Parte 1

Uma amiga em comum nos apresentou em um aniversário me alertando baixinho: “não se empolga com esse daí não que ele gosta de umas coisas estranhas”. Mal sabia ela que esse comentário me acendeu um calorzinho de interesse desses que te queimam até você se lambuzar toda!

Outra coisa da qual ela não sabia (que eu mantinha em segredo) era do meu lado b: sou uma mulher submissa (na cama, jamais na vida). Gosto do cheiro do couro, dos pés masculinos me pisando, de adorar um pau antes de cair de boca, de palmadas, coleira… gosto de submeter meu prazer inteiro ao deleite e controle do outro.

Mesmo que ela não me avisasse nada eu reconheceria alguns sinais, por exemplo, uma chave pequena pendurada em sua pulseira. Ou o coturno, extremamente lustrado. Quantas línguas já haviam passado por ali?

Enquanto me fiz essa pergunta eu mesma me imaginei, de quatro, percorrendo com o rosto suas pernas devagarinho até parar na bota fazendo minha respiração umedecer o couro antes de me esfregar inteira ali. Essa era uma técnica minha para “lustrar” de desejo os pés aos quais iria me ajoelhar, e, repassar esse roteiro assim me encheu de imaginação e desejo.

Observei de longe o jeito como se movia, suas opiniões, suas mãos grandes, circundadas com os pelos do braço fazendo um arco super charmoso no pulso. Me aproximei aos poucos no decorrer da noite percebendo que seus olhares eram recíprocos aos meus e, achei a minha deixa quando um de seus amigos brincou, chamando sua casa de masmorra.

— Masmorra? do que você gosta hein? — disse num impulso e nesse momento a mesa fez um silêncio que de repente me deixou super tímida.

Seu olhar me fitou uns segundos e ele se ajeitou na cadeira, fazendo uma pausa dramática antes de responder. Um amigo do lado quebrou o silêncio e respondeu “não queira nem saber”, puxando com isso um riso geral que distraiu o grupo e mudou o rumo da conversa, fazendo com que restasse só nós dois nessa pergunta suspensa.

— Do que “você” gosta? — ele enfatizou me devolvendo a pergunta e fazendo o nosso jogo começar ali.

Eu absolutamente não podia falar isso em voz alta, e, como as pistas estavam mais do que claras de que ele curtia BDSM também, escrevi no celular e passei para ele o aparelho mostrando minha resposta:

“Gosto de me submeter a quem sabe dominar. É o seu caso?”

Encarou a tela brilhante e deu um riso de satisfação, de repente fazendo com que todo o caos da mesa ao nosso redor ficasse suspenso, restando dois sorrisos de quem quer aprontar.

— Eu consigo, deixa eu te mostrar… — ele me entregou o celular e deu a volta na mesa vindo para a cadeira ao lado e puxando agora seu próprio aparelho. Eu já estava tensa com o que sairia daquela tela quando ele abriu o bloco de notas perguntando quais eram meus limites.

(Pausa)

Quem se submete também domina tanto quanto ou mais. É você quem dita as regras, os combinados… é você quem escolhe um dominador e diz sim para ele. Nesse caso, eu quem cacei o dominador em questão. Percebe quanto poder existe no sim que dizemos?

Enquanto digitava minhas restrições (fluidos só saliva ou sêmen, camisinha inegociável, baixa tolerância à dor, sessão só na minha casa), ajeitou meus cabelos para trás da orelha e me fez brotar um arrepio com isso. Seus olhos corriam das minhas mãos digitando para meu rosto, que soltava um risinho travesso de tensão com essa aproximação. Terminei de digitar e me deparei com sua expressão cúmplice, agora mais de perto me dizendo “Sim senhora, concordo com tudo e grava bem esse momento que é a única vez que você vai ouvir um sim senhora saindo da minha boca, entendeu?”

— Entendi… — mal disse isso e avançamos um para o outro trocando um beijo intenso com gosto de uma prévia: suas mãos me agarrando a nuca apertando de leve os cabelos, minha língua sendo conduzida pela sua numa dança deliciosa de quem já mandava quem podia e obedecia quem…se permitia!

Já nesse primeiro beijo eu me submeti a sua condução sentindo uma pegada forte e precisa. Não é sempre que isso acontece com dominadores, as vezes a sessão é intensa e os beijos são mornos. Um beijo que nem esse dele me coloca em um estado de desejo incrível, de maneira que senti selado ali um contrato: eu seria capaz de fazer tudo que ele quisesse.

Quando nos desvencilhamos respirando fundo assistimos comentários dos nossos amigos sobre o improvável casal que acontecia ali, trocamos contatos e ele se despediu, falando em meu ouvido:

—  Próxima sexta à noite, na sua casa. Eu cozinho, você me serve. — Me deu um beijo agora no canto da boca, catou o casaco e foi embora, dobrando a esquina me deixando com o olhar vidrado em seus passos apressados, já imaginando o que estaria por vir.

Continua…

 Autora: Loren Kaiza

 

 

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